A vereadora Aava Santiago (PSDB) visitou os estúdios do grupo O HOJE na última sexta-feira (31/10). A parlamentar foi a entrevistada do programa Momento Político, do Grupo O HOJE, em bate-papo conduzido pelos jornalistas Wilson Silvestre e Marina Moreira. Na conversa, a tucana tratou da gestão do prefeito Sandro Mabel (União Brasil), das expectativas para a COP30 e sobre a megaoperação policial no Rio de Janeiro.
Logo no início da conversa, Aava destacou que o momento atual da gestão de Mabel à frente da capital goiana é o exemplo prático de que a gestão pública difere da privada. “Acredito que nós estamos tendo a oportunidade necessária, porém incomoda, de rever o mito de que um bom empresário será, necessariamente, um bom agente público”, afirmou a tucana.
“Esse foi o grande enredo usado pelo prefeito Sandro Mabel para disputar eleição e ele transpôs os elementos da administração privada para fazer a gestão da cidade de Goiânia e as consequências estão aí. Um trato difícil com a Câmara de Goiânia e uma postura autoritária com o cidadão goianiense”, disse a vereadora.
Entre as críticas da vereadora, Aava lembrou da promessa do prefeito a respeito dos gastos para os shows da Pecuária de Goiânia deste ano, que seriam pagos por emendas parlamentares. Entretanto, os recursos utilizados para os pagamentos não foram esclarecidos.
“O prefeito fez uma operação gigantesca para aprovar e prorrogar a calamidade. Usa da calamidade para fazer uma série de contratos sem licitação e de cortes inexplicáveis, enquanto gasta com a Pecuária. Disseram que os pagamentos viriam das emendas. Cadê as emendas? Eu olho o Diário Oficial do Município todos os dias para saber se cai um centavo das emendas prometidas para pagar os show. Até agora não caiu”, disparou a parlamentar.
Aava também criticou o discurso do Paço a respeito dos gastos na calamidade financeira. A vereadora disse que questionou o secretário da Fazenda, Valdivino Oliveira, a respeito dos gastos com passagens aéreas, que giraram em torno de R$ 1,5 milhão.
“O secretário me respondeu que isso não tem peso no orçamento da cidade. Porém, a prefeitura fechou de maneira truculenta o CMEI Orlando Alves Carneiro, alegando que o aluguel do prédio de R$ 300 mil por ano era caro. Agora, fecharam o Cine Ouro alegando o mesmo motivo. Para alguns gastos, o impacto no orçamento é irrisório, para outros, que são cruciais para a cidade, o Paço corta”, criticou a parlamentar.
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COP30
No bate-papo, Aava também tratou da expectativa para a COP30, que acontecerá em Belém (PA) de 10 a 21 de novembro. A vereadora integra a Bancada Feminina e é embaixadora dos vereadores brasileiros na Bancada do Clima. A parlamentar destaca que, na Bancada Feminina, o desafio é “colocar o Cerrado em evidência”.
“Nós, infelizmente, tivemos uma discrepância no olhar e deixamos de compreender o quanto o Cerrado é fundamental para que toda a agenda climática planetária tenha algum avanço. Nós temos 8 das 12 bacias hidrográficas que alimentam o Brasil. O Cerrado é quem hidrata a Amazônia Sul. Falar de Amazônia sem falar de Cerrado é criar uma distorção que não se sustenta pelos próximos 20 anos. […] As grandes potências investem no fundo da Amazônia porque entendem a centralidade dela no planeta. Mas, sem Cerrado, não tem Amazônia”, afirmou Aava.
Aava explicou que, na Bancada do Clima, o objetivo é colocar o debate climático em evidência nos municípios. A vereadora destacou a importância dos agentes públicos municipais para a discussão e chamou atenção para a situação ambiental delicada da capital do Estado. “Em Goiânia, nós tivemos uma criminosa flexibilização no Plano Diretor de 2021. A margem de proteção ao redor da Estação de Tratamento de Esgoto e do Aterro Sanitário foi de 500 para 100 metros. Goiânia permitiu, neste plano diretor, construir prédio em cima de subsolo aflorado, onde se tem enchente. Nós estamos perdendo a dimensão do quanto isso é criminoso”, disse Aava.
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Megaoperação no Rio
Durante a conversa, Aava também abordou a megaoperação no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos na última terça-feira (28/10), e criticou a postura dos governadores ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Esses governadores se recusaram a pensar a PEC da Segurança Pública, que unifica os esforços e integraliza a segurança do País. O Sistema Único de Segurança Pública, criado em 2018, reduziu a taxa de homicídios em 20%. É investir em inteligência. […] Antes do governador Ronaldo Caiado viajar para o Rio para oferecer a nossa polícia lá, é melhor ele enfrentar as usinas do PCC que estão aqui. Ele precisa enfrentar os postos de gasolina que o PCC utiliza para legalizar o dinheiro aqui dentro do Estado de Goiás”, criticou a vereadora. (Especial para O HOJE)










