O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), afirmou que pretende fechar um acordo comercial com o Brasil durante reunião bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Partido dos Trabalhadores), neste domingo (26), em Kuala Lumpur, na Malásia, antes da cúpula da Asean.
Trump destacou o bom relacionamento entre os países e sinalizou que o acordo poderia melhorar as relações diplomáticas. Foi o segundo encontro entre os presidentes em menos de dois meses, após uma conversa rápida na Assembleia Geral da ONU, em setembro.
“Acho que faremos um acordo com o Brasil. Nos damos muito bem”, disse Trump. Ele indicou que o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, trabalharão diretamente na negociação do acordo comercial entre os países.
Presidente dos EUA sinaliza avanço em acordo com o Brasil
“Temos muito respeito pelo seu presidente, como você sabe, muito respeito pelo Brasil. Provavelmente vamos fechar alguns acordos. Vou deixar esses caras trabalharem nisso, mas acho que vamos fechar alguns acordos”, afirmou o republicano, apontando para seus representantes comerciais.
O encontro terminou sem que Trump anunciasse a revogação das tarifas adicionais de 50% para produtos brasileiros, mas ele aceitou negociar as taxas como parte do futuro acordo. A reunião teve tom amistoso, com o republicano mais ouvindo do que falando. Começou por volta de 4h40 (15h50 no horário local) e acabou às 5h36 (16h36 no horário local).
O diálogo sobre o acordo ocorre em um contexto de tensão comercial, especialmente após Trump ter feito ameaças relacionadas ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi condenado a mais de 27 anos de prisão por planejar um golpe de Estado.
O acordo é discutido em meio a tensões comerciais após ameaças de Trump sobre a condenação de Bolsonaro
Foto: Alan Santos/PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tratou na última sexta-feira (24), em coletiva em Jacarta, Indonésia, a reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Malásia como “certa”. A expectativa é que o encontro ocorra em Kuala Lumpur no domingo (26) e será o primeiro oficial entre os dois desde a crise causada pela tarifa de 50% aplicada pelos EUA a produtos brasileiros. Até agora, o encontro não foi confirmado oficialmente por nenhum dos governos.
Lula listou os pontos que pretende discutir, incluindo comércio bilateral e as sanções aplicadas por Trump a sete ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), motivadas pela atuação da Corte no julgamento de uma trama golpista durante o governo de Jair Bolsonaro. “Eu tenho todo o interesse em ter essa reunião, toda a disposição de defender os interesses do Brasil, mostrar que houve equívoco nas taxações ao Brasil. E quero provar isso com números. E quero discutir a punição que foi dada a ministros da Suprema Corte do Brasil”, disse o presidente.










