Faltando pouco mais de um mês para a final da Copa Libertadores, marcada para 29 de novembro, Lima vive um momento de tensão. O presidente do Peru, José Jerí, decretou estado de emergência por 30 dias na capital para tentar conter o aumento da criminalidade e responder aos protestos que tomam as ruas há semanas.
A medida deve vigorar até o fim de novembro, encerrando-se dias antes da decisão que será disputada no Estádio Monumental de Lima. A Conmebol ainda não se pronunciou oficialmente sobre o decreto e, até o momento, mantém a final na cidade.
Situações parecidas já forçaram mudanças de sede. Em 2019, por exemplo, o duelo entre Flamengo e River Plate precisou ser transferido de Santiago, no Chile, para Lima, após uma onda de manifestações no país vizinho.
Os protestos na capital peruana se intensificaram após a morte do rapper Trvko, na última quarta-feira (16), durante um ato contra a violência. Manifestantes também exigem o fechamento do Congresso, uma nova Constituição e a renúncia de José Jerí, que assumiu o governo em 10 de outubro, após o impeachment de Dina Boluarte.
Boluarte foi afastada por “incapacidade moral”, sob acusações de corrupção — incluindo o caso conhecido como “Rolexgate”, envolvendo relógios de luxo não declarados.
As manifestações começaram ainda durante o mandato de Dina, quando o governo apresentou uma reforma previdenciária que obrigava todos os maiores de 18 anos a contribuir com fundos de pensão. O projeto levou milhares de jovens às ruas.
As eleições gerais do Peru estão marcadas para abril de 2026, e Jerí afirma que pretende concluir o mandato interino e entregar o poder ao vencedor do pleito.