O grupo Hamas pediu a mediação do Egito, do Catar e da Turquia para pressionar Israel sobre os próximos passos do acordo de cessar‑fogo em Gaza. O apelo foi divulgado na sexta-feira (17), um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, renovar ameaças contra o grupo caso os corpos de todos os reféns mortos não sejam devidamente devolvidos.
Em comunicado, o Hamas reiterou o compromisso com a entrega dos restos mortais, mas advertiu que o processo “pode levar tempo”. O grupo também definiu uma nova fase de negociação que inclui a reabertura das fronteiras da Faixa de Gaza, a entrada de ajuda humanitária, o início da reconstrução, a formação de uma administração local e a conclusão da retirada das forças israelenses.
Hamas sob pressão
O avanço dessas medidas está, contudo, suspenso. O governo israelense acusou o Hamas de atrasar a devolução dos corpos, o que levou à redução do fluxo de ajuda ao território. A tensão aumentou depois que vídeos com execuções circularem nas redes sociais, cenário que motivou a postagem de Trump em sua rede Truth Social: “Se o Hamas continuar a matar pessoas em Gaza, o que não era o acordo, não teremos escolha a não ser entrar e matá-los”.
Donald Trump e Benjamin Netanyahu (Foto: Divulgação/ Casa Branca)
No plano político em Israel, o primeiro‑ministro Benjamin Netanyahu afirmou que os combates na Faixa de Gaza ainda não terminaram, apesar do acordo de cessar‑fogo que concordou. Em evento oficial que lembrou o ataque de 7 de outubro de 2023, Netanyahu advertiu o Hamas: “O combate ainda não terminou, mas há uma coisa muito clara: quem levantar a mão contra nós sabe que pagará um preço elevado”. O premiê disse estar “determinado a conseguir o retorno de todos os reféns”. Dois dias antes, Trump afirmou que o Hamas precisa se desarmar ou será desarmado “de forma violenta”.