O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente egípcio, Abdel Fattah el-Sisi, co-presidem nesta segunda-feira (13) uma cúpula sobre a situação em Gaza, na cidade turística de Sharm el-Sheikh, às margens do Mar Vermelho. O encontro reunirá líderes mundiais de mais de 20 países, incluindo o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, o presidente francês Emmanuel Macron, o chanceler alemão Friedrich Merz, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni e o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, também estará presente.
O objetivo da cúpula é formalizar o cessar-fogo em Gaza, o Ministério das Relações Exteriores egípcio informou no domingo que um “documento que encerra a guerra na Faixa de Gaza”, será assinado durante a reunião.
O evento acontece poucos dias após o anúncio de um cessar-fogo entre Israel e Hamas, resultado de uma reunião que contou com todos os ministros de Netanyahu e os enviados dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff e Jared Kushner. Em declarações após o encontro, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, destacou que o país lutou por dois anos “para conseguir seus objetivos de guerra” e que está prestes a garantir o retorno dos 48 reféns mantidos pelo Hamas, dos quais ao menos 20 ainda estariam vivos.
Até última atualização, nenhuma autoridade israelense, incluindo o próprio Benjamin Netanyahu, participaram da cúpula no Egito.
Libertação de reféns
O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, afirmou no domingo (12) que os reféns israelenses podem ser libertados “a qualquer momento”. Ele explicou ao programa Meet the Press, da NBC News, que a expectativa é vê-los vivos nas próximas 24 horas, correspondendo à manhã desta segunda-feira. Posteriormente, em entrevista ao This Week, da ABC, Vance reiterou que os 200 soldados americanos destacados em Israel têm apenas a missão de monitorar o cessar-fogo e que não haverá envolvimento em combates ou mobilização em território palestino.
Segundo os termos do acordo, o Hamas libertará os reféns israelenses na manhã de segunda-feira, antes do prazo que se encerra ao meio-dia — (6h em Brasília), conforme a proposta do presidente Trump. Israel devolverá 250 prisioneiros palestinos e 1.700 habitantes de Gaza detidos desde o início do conflito. Netanyahu afirmou que espera celebrar um “dia de alegria nacional” assim que os reféns forem libertados.
Retorno para Gaza
Grupos humanitários intensificaram os esforços de socorro em Gaza desde domingo, diante da devastação causada por dois anos de guerra. A previsão é que cerca de 600 caminhões diários com alimentos e suprimentos médicos cheguem à região, após inspeção pelas forças israelenses. Nos últimos meses, apenas 20% da ajuda necessária foi entregue.
As organizações humanitárias enfrentam sérios desafios para entregar ajuda a Gaza. Além das dificuldades naturais de transporte, equipes lidam com saques nos locais de distribuição, ataques contínuos que danificam estradas e centros de armazenamento, e restrições impostas por Israel sobre os produtos que podem entrar na Faixa de Gaza.
Enquanto isso, palestinos começaram a retornar às áreas evacuadas. Dos aproximadamente 2 milhões de habitantes da Faixa de Gaza, 90% se deslocaram durante o conflito.
O Papa Leão XIV comentou sobre o acordo de cessar-fogo após a missa de domingo na Praça de São Pedro, afirmando que ele trouxe “uma centelha de esperança na Terra Santa”.
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