A crise causada por bebidas adulteradas com metanol no Brasil ultrapassou as fronteiras e se tornou notícia em veículos internacionais. France 24, ABC News, The Independent e Associated Press noticiaram nos últimos dias o aumento das intoxicações e o impacto imediato no consumo de destilados no país.
Segundo o Ministério da Saúde, já são 127 notificações em 12 estados, com 11 confirmações laboratoriais. A principal linha de investigação aponta o uso de metanol na higienização de garrafas. A substância, quando ingerida, pode causar cegueira, falência de órgãos e até a morte.
Em São Paulo, epicentro dos casos, bares e casas noturnas registraram queda no movimento. Alguns estabelecimentos chegaram a suspender temporariamente a venda de vodca, gim e cachaça. O canal francês France 24 chamou atenção para a dimensão simbólica do problema: “as caipirinhas estão canceladas”, relatou, ao afirmar que a contaminação afetou a bebida mais reconhecida da coquetelaria nacional.
Nos Estados Unidos, a ABC News destacou o temor de consumidores em regiões centrais da capital paulista, enquanto o britânico The Independent descreveu um “pânico no Brasil”, citando a migração de clientes para cervejas, vinhos e chope. Já a Associated Press ressaltou a suspensão da venda de destilados e relembrou o caso do rapper Hungria, internado em Brasília com sintomas da intoxicação.