O ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, deixa em novembro a presidência nacional do PSDB para concentrar esforços em sua pré-candidatura ao governo estadual em 2026. No lugar dele, assume o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), que já comandou a legenda entre 2013 e 2017. A transição está prevista para o início de dezembro.
Marconi anunciou no sábado (27/9) que será novamente candidato ao governo goiano, cargo que já ocupou em quatro mandatos. Para se dedicar ao projeto eleitoral, ele optou por não renovar a presidência do PSDB. A partir de dezembro, também passará a dirigir o Instituto Teotônio Vilela (ITV), braço de formação política da sigla.
Com a saída de Perillo, Aécio retorna ao comando partidário. O deputado mineiro foi presidente nacional do PSDB de 2013 a 2017, período em que disputou a eleição presidencial contra Dilma Rousseff (PT) em 2014. Na ocasião, chegou ao segundo turno, mas foi derrotado pela petista. Agora, Aécio reassume a legenda com a missão de preparar o partido para o pleito de 2026.
A nova direção do PSDB estabelece como prioridade ampliar a bancada federal. Hoje, o partido conta com 13 deputados na Câmara. A meta é chegar a 30 parlamentares na próxima eleição. Segundo dirigentes, a estratégia inclui reforçar alianças regionais e investir na renovação das lideranças estaduais.
Recuo nacional
Nos últimos anos, o PSDB perdeu espaço no cenário político nacional. Desde a eleição de Jair Bolsonaro (PL) em 2018, a sigla tem enfrentado queda de representatividade. Em agosto, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, deixou o partido e se filiou ao PP, reduzindo ainda mais a presença tucana nos governos estaduais.
A crise também se refletiu na disputa presidencial. Em 2022, pela primeira vez desde a fundação do PSDB, o partido não lançou candidato ao Palácio do Planalto. Além disso, perdeu o comando do estado de São Paulo, considerado seu principal reduto eleitoral por quase três décadas. Esses fatores colocam em evidência o desafio da nova gestão sob Aécio Neves.
A escolha de Aécio representa uma tentativa de reorganização interna e de fortalecimento do partido. Já Marconi Perillo aposta em sua trajetória em Goiás para tentar voltar ao governo estadual. A alternância no comando do PSDB, portanto, reflete tanto a reorganização nacional quanto as prioridades regionais para a próxima eleição.