O presidente do Corinthians, Osmar Stabile, recebeu oficialmente os idealizadores do projeto SAFiel, uma proposta que visa transformar o clube em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), com um diferencial: a participação direta dos torcedores como acionistas. A reunião, realizada no Parque São Jorge, contou com Carlos Teixeira, Maurício Chamati e Eduardo Salusse, criadores da ideia, além da conselheira Miriam Athie. Stabile demonstrou interesse e sinalizou presença no evento de lançamento do projeto, previsto para 28 de outubro.
A proposta surge em meio a discussões internas sobre uma possível reforma no estatuto do clube, que pode ser aprovada até o fim do ano. No entanto, o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, já esclareceu que a transformação do clube em SAF não poderá ser incluída diretamente nessa reforma. Ainda assim, o projeto SAFiel continua avançando nos bastidores, com reuniões e apresentações para lideranças políticas, conselheiros e torcidas organizadas.
O conceito central do SAFiel é criar uma SAF com gestão profissional do futebol, mas com controle coletivo dos torcedores. Em vez de entregar o clube a um único dono, como ocorre em muitos modelos de SAF, o Corinthians teria acionistas populares, que poderiam adquirir cotas a preços acessíveis e participar das decisões institucionais por meio do voto. O projeto prevê a criação de quatro conselhos — Administrativo, Fiscal, Cultural e de Governança — com membros eleitos pelos torcedores-acionistas. As torcidas organizadas também teriam assentos garantidos no Conselho de Fiscalização.
A administração seria comandada por executivos profissionais, com metas claras e contratos sujeitos a desempenho, segundo o modelo apresentado. Ainda assim, a viabilidade do SAFiel enfrenta obstáculos. Atualmente, o apoio à ideia é limitado dentro do clube, especialmente entre sócios e conselheiros, muitos dos quais resistem à ideia de abrir mão do modelo associativo tradicional.
Apesar disso, há quem veja na SAFiel uma possível solução para os sérios problemas financeiros do Corinthians, que acumula uma dívida superior a R$ 2,6 bilhões e enfrenta constantes dificuldades de fluxo de caixa. Mesmo com sondagens de investidores estrangeiros e grupos interessados, como a OTB Sports, nenhuma negociação concreta avançou nos últimos anos. Por ora, o futuro do clube segue em aberto — dividido entre tradição e a urgência por modernização.
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