Bruno Goulart
Bruno Peixoto (UB), presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), tem se movimentado nos bastidores políticos. Seu objetivo claro é Brasília: ele mira uma vaga na Câmara dos Deputados em 2026. Mas sua estratégia envolve desafios e escolhas bem complexas.
Nos últimos meses, Peixoto buscou reforçar sua visibilidade com ações como o projeto “Deputado Aqui” e o anúncio inusitado do concurso da Assembleia. Além disso, comanda uma estrutura robusta — são mais de cinco mil comissionados no parlamento goiano. Essa força é vista como um trunfo político e alimenta especulações sobre seu futuro, incluindo a possibilidade de disputar como vice-governador na chapa de Daniel Vilela (MDB).
Para analisar o cenário, O HOJE conversou com o historiador e especialista em políticas públicas Tiago Zancopé. Ele afirma que “Bruno Peixoto tem se comportado como candidato a deputado federal”. De acordo com o professor, ele insiste muito nisso e com total razão. “Com a estrutura que montou na Assembleia, ser candidato a vice-governador, por exemplo, independente da chapa que escolher — pensando que é aliado tanto do Ronaldo Caiado quanto do Daniel Vilela — talvez não permita a ele acomodar, como imagina, tantos aliados em Brasília”, disse.
Estrutura com comissionados
Para Zancopé, a estrutura montada com milhares de comissionados sob sua gestão é um desafio: “Seria como se ele tivesse, inacreditavelmente — e é isso que chama atenção, eu friso — andando para trás. Porque, com a estrutura que tem hoje de gabinete de presidente da Assembleia, ele deve ter mais aliados do que o Daniel Vilela como vice-governador, ligados diretamente a ele. E indiretamente, nem se fala”.
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O especialista ressalta ainda que a eleição do pai, o vereador por Goiânia Tião Peixoto (PSDB) se deu basicamente com a estrutura da Assembleia. “Claro que houve também estrutura de rua, uma campanha que mobilizou interessados, mas não podemos desconsiderar a força dos comissionados da Assembleia. Não é à toa que o Bruno Peixoto indicou secretários na gestão atual de Sandro Mabel”, disse.
Sobre a candidatura a deputado federal, Zancopé levanta preocupação: “Ele não pode chegar como mais um deputado federal de Goiás em Brasília. Ele tem que tentar mimetizar o fenômeno que aconteceu com Alexandre Baldy (atual presidente da Agehab, que já foi secretário dos Transportes do Estado de São Paulo no governo João Dória (PSDB) e Ministro das Cidades, no Governo Michel Temer (MDB)), que rapidamente se destacou porque possuía recursos e capacidade de articular ao lado de Rodrigo Maia e outros parlamentares. Então, o Alexandre Baldy chega pela porta da frente. Eu acho que esse é o desejo do Bruno Peixoto: chegar em Brasília pela porta da frente. Para isso, ele precisa ser o mais votado ou estar entre os mais votados. E, ao mesmo tempo, assegurar que a legenda que o leve permita ganhar projeção de líder ou vice-líder”.
Ele pondera também que a grande questão é que a Assembleia não entrega tanta visibilidade quanto a Câmara dos Deputados, nem sobre pautas que passam por lá. E acrescenta: “Se ele chega em Brasília com votação não muito expressiva e na Assembleia Legislativa elege um presidente, não necessariamente aliado seu, pode ver seu espaço diminuir”.
Zancopé conclui: “Se Bruno não vier candidato a deputado federal, não imagino para qual outro cargo ele possa postular uma candidatura”.
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