O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, discursou nesta sexta-feira (26) na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, diante de um plenário esvaziado. Diversas delegações se retiraram antes do início da fala como forma de protesto. O Brasil esteve entre os países que deixaram o local, repetindo o gesto adotado no ano passado.
Mesmo com a saída de várias representações, permaneceram no auditório as delegações de Estados Unidos, Reino Unido, Noruega, França, Itália, Espanha, Finlândia e Suíça, além de membros da União Europeia. Parte da plateia reservada a convidados chegou a aplaudir trechos do discurso.
Veja o vídeo abaixo:
Promessa de manter ofensiva em Gaza
Netanyahu falou por mais de 40 minutos, ultrapassando a recomendação da ONU de 15 minutos para cada líder. Em tom firme, prometeu que Israel continuará atacando a Faixa de Gaza até que, segundo ele, “termine o trabalho” no território palestino.
O primeiro-ministro criticou a pressão internacional contra Israel, rejeitou a criação de um Estado Palestino e negou que as forças israelenses estejam matando civis ou causando fome em Gaza. Ele declarou: “Estamos lutando uma batalha pelo Ocidente.”
No discurso, Netanyahu relembrou o ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1.200 mortos e dezenas de reféns. “Grande parte do mundo não se lembra mais de 7 de outubro. Mas nós nos lembramos”, afirmou.
Ele também enviou uma mensagem aos reféns ainda mantidos em Gaza, estimados em 48 pessoas segundo números oficiais de Israel. “Não nos esquecemos de vocês, nem por um segundo”, disse em hebraico.
O premiê destacou ainda que Israel já teria “eliminado” grande parte do que chamou de “ameaça do Oriente Médio”. Para reforçar sua narrativa, exibiu novamente um mapa intitulado “A maldição”, com destaque para Irã, Iraque, Síria, a Faixa de Gaza e o sul do Iêmen, onde atua o grupo Houthis.
De acordo com autoridades de saúde locais, mais de 65 mil pessoas morreram em Gaza desde o início da ofensiva israelense. Grande parte do território encontra-se em ruínas, e a situação humanitária é apontada por organizações internacionais como crítica.
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