Os governos do Brasil, Espanha, Chile, Colômbia e Uruguai realizam na próxima quarta-feira (24) um evento paralelo à Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, para discutir formas de fortalecer a democracia e enfrentar os extremismos. A reunião é uma continuação do encontro criado em 2024, mas desta vez sem a participação dos Estados Unidos, segundo a Folha de S. Paulo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca neste domingo (21) para os Estados Unidos. Na terça-feira (23), ele fará o discurso de abertura da Assembleia-Geral, e no dia seguinte liderará o debate sobre democracia. Segundo auxiliares do governo, a ausência dos EUA já estava definida desde o início das articulações. Nenhum dos países cogitou convidar a administração de Donald Trump, que tampouco demonstrou interesse em integrar a agenda.
A decisão ocorre em meio a um momento de tensão entre Brasília e Washington. Trump impôs tarifas de 50% sobre diversos produtos brasileiros e criticou a atuação da Justiça brasileira, que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado em 2022. Após a sentença, autoridades americanas prometeram novas sanções contra o Brasil, aumentando o distanciamento diplomático.
Em 2024, o encontro “Em defesa da democracia, combatendo os extremismos” contou com a participação indireta dos EUA. Na época, Joe Biden enviou um representante de segundo escalão, o vice-secretário de Estado Kurt Campbell. Lula afirmou que Biden havia sido convidado, mas “obviamente, ele não pôde comparecer”.
Agora, a expectativa é reunir ao menos 30 países em torno de pautas como combate à desinformação, redução das desigualdades e defesa das instituições. O encontro, articulado por Brasil e Espanha, ganhou o reforço de Chile, Colômbia e Uruguai na organização. A prévia realizada em julho, em Santiago, já havia demonstrado alinhamento entre os cinco países em torno do tema.
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