Os vereadores que compõem a Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga o contrato do consórcio Limpa Gyn com a Prefeitura de Goiânia se reuniram pela segunda vez na última terça-feira (9). A reunião do colegiado marcou os primeiros pedidos por esclarecimentos dos vereadores.
Os parlamentares apresentaram seis requerimentos. Presidente da CEI, o vereador Welton Lemos (Solidariedade) apresentou três ofícios. Os textos solicitam informações e documentos a respeito do contrato da Limpa Gyn com a prefeitura para a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), à Controladoria-Geral do Município (CGM) e à Agência de Regulação de Goiânia (AR).
No requerimento à Seinfra, o presidente da comissão também solicitou informações acerca dos serviços relativos ao consórcio no aterro sanitário da Capital. Já para a AR, o vereador solicitou um parecer que ateste que os serviços prestados pela Limpa Gyn à Seinfra são executados com as normativas internas da agência de regulação e também como a agência reguladora acompanha o serviço.
Em conversa com a imprensa, Lemos foi questionado sobre a possibilidade de convocação do ex-titular da Seinfra, Denes Pereira, presidente do seu partido, para prestar esclarecimentos. “Não vamos nos furtar a convocação de nenhuma pessoa que for necessária. Convocaremos qualquer pessoa que tenha relação direta e que seja necessário que ela venha para responder os questionamentos dos membros da CEI. Então, independente de ‘A, de B ou de C’, essas pessoas serão convocadas”, garantiu o parlamentar.
O relator da comissão, vereador Willian Veloso (PL), solicitou que o consórcio apresente o balanço patrimonial da empresa desde a assinatura do contrato com o Paço Municipal de maneira detalhada, o que inclui a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) para averiguação se houve lucro ou prejuízo da empresa no período, e a demonstração do fluxo de caixa, de mutações do patrimônio líquido e “notas explicativas que contemplem as demonstrações financeiras e esclareça os critérios contábeis”.
O parlamentar explicou que a análise da evolução patrimonial da empresa é essencial para o decorrer da CEI. “Essa empresa tinha, de fato, suporte, desde a época que ela iniciou os trabalhos na cidade de Goiânia, para que ela desenvolvesse um trabalho com um contrato desse tamanho?”, questionou Veloso.
Já a vice-presidente da CEI, vereadora Aava Santiago (PSDB), apresentou outros dois requerimentos. A parlamentar pediu que o consórcio informe o quantitativo detalhado da frota de caminhões utilizado nos serviços e o valor unitário de cada veículo e que a Limpa Gyn apresenta o plano de varrição mecanizada implantado na cidade. Todos os requerimentos foram aprovados por unanimidade.
A vereadora explicou, em entrevista coletiva, que os seus requerimentos aprovados na reunião já haviam sido apresentados em abril no plenário da Casa, mas que nunca obteve resposta da empresa. A parlamentar cobrou que o consórcio estabeleça uma relação direta e institucional com o parlamento, e não com apenas alguns vereadores.
“Vejo com muita preocupação quando o tipo de relacionamento que uma empresa que presta serviço para a cidade, a valores astronômicos, seja constituída na camaradagem. Eu não sou amiga, não sou camarada, não sou próxima de ninguém da empresa e não tenho interesse de ser. O meu expediente para obter informações é o expediente legislativo, é o plenário”, destacou a parlamentar.
A tucana enfatizou que irá investigar de perto o contrato em relação à varrição mecanizada. “Olhem a quantidade de vezes que a varrição mecanizada tem que passar perto da casa de vocês o valor que a gente está pagando por esse serviço. Assim, cada um vai conseguir fazer a sua análise. Eu digo com toda certeza: na Avenida Anhanguera, onde eu moro, não está passando a varrição mecanizada da forma como o contrato determina”, afirmou Aava. (Especial para O HOJE)
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