Israel considera anexar partes da Cisjordânia ocupada, em um movimento que surge em retaliação ao reconhecimento antecipado do Estado palestino por França, Austrália, Canadá, Portugal e Reino Unido, somando-se às mais de 140 nações que já reconhecem os palestinos. A medida, segundo três autoridades israelenses, varia entre a anexação de assentamentos específicos e a incorporação da Área C, que corresponde a 60% do território e está sob controle administrativo e de segurança israelense.
Entre as opções em análise, destaca-se a anexação do Vale do Jordão, na extremidade leste da Cisjordânia, ao longo do Rio Jordão. Autoridades afirmam que há consenso público em Israel sobre essa alternativa, defendida como estratégica para segurança nacional e possivelmente mais aceitável para a comunidade internacional, sobretudo Washington.
No entanto, aliados de extrema-direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, como os ministros Bezalel Smotrich e Itamar Ben Gvir, bem como a liderança dos colonos, defendem uma abordagem maximalista, com soberania israelense sobre todos os territórios não habitados por palestinos. A anexação parcial poderia cercar centros populacionais palestinos e comprometer a viabilidade de um Estado contíguo. Se aplicada a áreas com habitantes palestinos, exigiria a concessão de cidadania ou status de residência a cerca de três milhões de pessoas.
Além da anexação, Israel avalia medidas punitivas contra a Autoridade Palestina, incluindo sanções. Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores israelense, Gideon Saar, informou o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, sobre os planos. O anúncio ocorre em meio à decisão americana de negar vistos a representantes da Autoridade Palestina na Assembleia Geral da ONU, onde o presidente francês, Emmanuel Macron, deve anunciar o reconhecimento da França ao Estado palestino.
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