Desde o último sábado, 23 de agosto, o Instituto Patris assumiu a gestão do Hospital e Maternidade Dona Íris (Hmdi). A decisão foi tomada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia para restabelecer serviços que haviam sido paralisados pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da UFG (Fundahc), até então responsável pela unidade.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer, a medida foi necessária diante do colapso dos atendimentos. “Diante do risco de desassistência a gestantes e crianças, a SMS determinou a entrada emergencial do Instituto Patris na Maternidade Dona Íris. Nosso objetivo é restabelecer os atendimentos de urgência e emergência, além de normalizar o fornecimento de insumos e medicamentos com rapidez e eficiência”, afirmou.
A crise nas maternidades da Capital se agravou na quarta-feira (20), quando a Maternidade Nascer Cidadão suspendeu todos os atendimentos médicos após um impasse entre os anestesiologistas da Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas de Goiás (Coopanest-GO) e a Fundahc. A paralisação provocou colapso nos serviços e obrigou a SMS a adotar medidas emergenciais para evitar a desassistência de gestantes e recém-nascidos.
O episódio se soma a outro registrado em julho deste ano, quando o Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara também interrompeu partos e cesarianas devido à ausência de contratos e ao acúmulo de dívidas.
Paralelamente à intervenção no Hmdi, a secretaria articulou a retomada dos serviços na Maternidade Nascer Cidadão, que voltou a contar com anestesiologistas na noite de sexta-feira (22). A Associação Hospitalar Beneficente do Brasil (Ahbb) ficará responsável pela assistência imediata e, em breve, assumirá também a gestão administrativa da unidade. Ordens de serviço já foram assinadas para garantir a atuação das novas entidades.
A mudança marca o fim de mais de uma década de atuação da Fundahc à frente das maternidades públicas de Goiânia. Desde 2012, a fundação mantinha convênios renovados sem processos de seleção competitiva. Apenas em 2025, a Prefeitura repassou mais de R$ 115 milhões à entidade. Apesar disso, a atual gestão municipal aponta falhas graves na execução dos serviços e no cumprimento de metas assistenciais.
“Determinamos um estudo técnico que avaliou a qualidade e a consistência dos serviços, além da relação custo-benefício. O resultado demonstrou a necessidade de substituir o modelo de gestão vigente”, concluiu Pellizzer.
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