Alguns bajuladores que não conhecem direito o governador Ronaldo Caiado podem achar que ele acredita em análise feita por puxa-saco. Não, adesistas, ele não crê em nada do que vocês expelem, inclusive, nem a conversa fiada de que o vice-governador Daniel Vilela lidera a pré-campanha em Goiás. Caiado está com Daniel, vai com ele até o fim, mas no percurso não perderá 1 segundo de seu tempo lendo, vendo ou ouvindo lorota de quem deseja agradá-lo com mentiras. A verdade é que Caiado tem 88% de aprovação, a maior do País, e apenas 1 em cada 4 de seus eleitores vai acompanhá-lo com Daniel. O melhor do governador do Brasil não está conseguindo transferir seu imenso prestígio.
Alguns bajuladores já tentaram tirar da mídia do governo quem publica a realidade, em vez de mascarar problemas. Caiado discorda de quem tenta transformar peneira em guarda-sol. A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira fez chover granizo em Goiás com pedras do tamanho de uma bolsa de futebol de salão e cobriu de gelo o Palácio Pedro Ludovico Teixeira. Veja bem: o iceberg voador não estacionou na casa de Caiado, o Palácio das Esmeraldas, mas no Papelute, que tem muita gente séria, mas também os caçadores de cargo em governo, qualquer governo, qualquer que seja o governador.
Alguns bajuladores ignoram que Caiado deve ter pego a pesquisa e chamado a turma que entende do assunto. Mandou imprimir tudo e distribuiu os papéis sobre a mesa de reunião. Em vez de ir para o WhatsApp conversar potoca com desocupados, procurou saídas técnicas e políticas. Esse tipo de atitude congela o sangue dos apavorados. O próprio governador abriu no celular outras pesquisas, levou os óculos à ponta do nariz, colocou o comprido indicador direito sobre os gráficos e falou: “Tá empatado”.
Sim, Marconi Perillo cresceu quase 50%, passou de 15% para 22% e está empatado tecnicamente com Daniel Vilela. O cordão dos puxa-sacos espalhou que Daniel está à frente. Nem Caiado nem Daniel nem a estátua do Bandeirante em Goiânia, nem o busto do Geraldinho Nogueira em Bela Vista ou a imensa ave numa esquina de Uruaçu acreditaram que o candidato do governador é líder.
No levantamento anterior do mesmo instituto, o senador Wilder Morais apareceu com 3%. Agora, com 10%. Nesta época de 2021, ele não era nem candidato, meses depois surgiu com 0,7%, ficava lá nos quintos lugares e nas urnas passou os favoritos Marconi Perillo e Waldir Soares. Pronto, voltou ao Senado.
Daniel virou o ano mais vitorioso de sua vida, 2024, com 200 prefeitos em sua base, que é a mesma de Caiado, o grande eleitor do pleito municipal. Daniel estava na faixa dos 20% para governador, chegava a 24%. Agora, subiu 2%, está com 26%, uns dizem que cresceu 7%, porém, é preciso encarar o monstro – o baixo-astral que tomou conta da base aliada logo nas primeiras horas após a divulgação da pesquisa. Se foi paga pelo governo, eis a única falha até agora da área de comunicação: deveria ter ficado apenas para consumo interno. Espalhou e foi um desastre (para uns).
Depois de analisar os dados, o governador pediu ao staff que deixasse a sala somente para ele e Daniel – se não fez isso, deveria ter feito ou pensou em fazer. E partiu para cima do problema com ânimo e coragem de amansador de mula alta. Se houve essa conversa, falou para Daniel começar neste fim de semana um tratamento com fono para engrossar a voz, ficar com voz de comandante, voz de governador, não de cuspidor de fogo em porta de boteco na saída para Serranópolis. Recomendou que pare de gastar tempo penteando os cabelos. Que se aprofunde nos temas, pois goiano não é bicho bobo – o mais bobinho aí é eleitor igual aos sabidos dos escalões superiores do governo, para usar uma figura que foi dita a este articulista por um integrante da equipe.
É do que Daniel precisa – ficar parecido com Caiado não na altura, mas apenas do pescoço para cima, mais precisamente no que está dentro da cachola. O tal do cérebro. Preparar-se antes de discursar. Em suas manifestações públicas, nos diversos cargos que já exerceu, o governador estuda os temas até dominá-los. Aquela voz firme, um modelo para a fono de Daniel, é de quem tem o que dizer.
A boa notícia para o governo é que há chance
Estatística é uma ciência. Uns inventam, outros acreditam e triunfa o que se vale de informações técnicas. Por exemplo: Ronaldo Caiado vai eleger o sucessor, que no momento é Daniel Vilela. Qualquer outro resultado será zebra – e as zebras passeiam mais por Goiás do que as seriemas e os tucanos. Livros como “A cabeça do eleitor” e “A cabeça do brasileiro”, de Alberto Carlos Almeida, solidificam a análise de que o governante bem avaliado se reelege ou faz o sucessor. A avaliação de Caiado é ótima, tem variado entre 82% e 90%. Há cidades em que chega a 96%. Portanto, Daniel será reeleito, certo?
Pois é, em outubro de 2026 o governador será Daniel, não Caiado. Quem precisa estar entre 82% e 90% é ele, Daniel. Ah, mas não dá tempo, serão míseros 187 dias de gestão. Se vire nos 30. No ritmo em que vai, a derrota será sua companheira inseparável. Tem de acelerar, um 15 rodando no 12, cabelo ao vento, gente jovem reunida. Perna pra que quero. E amarra o cadarço pra não tropeçar nos cabelos das canelas.
Tudo o que podia fazer por Daniel, Caiado já fez. Levou-o para seu grupo sem a menor necessidade, porque já tinha 80% de aprovação e seria reeleito mesmo que o vice fosse Luiz Rattes ou Vicente de Mara Rosa, dois aliados de todas as horas. Deixou-o escolher gente sua (de Daniel) para cargos estratégicos, como a Comunicação e a Tecnologia. Sai de cena para o vice brilhar. Chama-o para tudo. Viaja e deixa o governo na sua mão. Passa para ele a representação em eventos que rendem votos, como inaugurações e lançamentos. Quer mais que isso? Pois tem muito mais, basta acompanhar a agenda.
Nenhum governador fez pelo vice o que Caiado faz por Daniel. Ninguém fez por Ronaldo Caiado o que ele faz por Daniel, até entrar com ele na cova dos leões que é um governo de tantos partidos e tantas lideranças e anunciá-lo a tanto tempo das eleições, mesmo ele não sendo o melhor quadro (era Wilder), nem o mais preparado (é Adriano Rocha Lima), nem o mais fiel (é Luiz Rattes), nem o que tem mais trânsito nacional (é José Mário Schreiner), nem o mais provável do MDB (é Adib Elias). Agora, a bola está com Daniel. E ele já foi bom com ela nos pés. Resta não enfiar os pés pelas mãos.
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