A Cidade de Gaza enfrenta novos dias de incerteza e tensão após o Exército de Israel dar início às primeiras etapas de uma ofensiva terrestre planejada, confirmaram autoridades locais. A movimentação militar tem levado milhares de palestinos a abandonar suas casas, em meio ao temor de uma operação de grande escala.
Tropas israelenses instalaram uma base nos arredores da cidade, que concentra mais de um milhão de moradores, depois de dias de bombardeios intensos e disparos de artilharia. Segundo porta-vozes militares, brigadas já atuam nos bairros de Zeitoun e Jabalia, onde foram localizados túneis e depósitos de armas. O ministro da Defesa, Israel Katz, aprovou a ofensiva na terça-feira (19), e a proposta deve ser avaliada ainda nesta semana pelo gabinete de segurança.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que pretende acelerar os prazos para assumir o controle de Gaza, afirmando que a cidade abriga os “últimos redutos do terrorismo”. O Hamas, por sua vez, acusou Israel de conduzir uma “guerra brutal contra civis inocentes” e de desprezar uma proposta de cessar-fogo apresentada por mediadores regionais.
Organizações internacionais e líderes estrangeiros expressaram preocupação com a escalada. O presidente da França, Emmanuel Macron, alertou que a ofensiva pode mergulhar a região em um “ciclo permanente de guerra”. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) reforçou que novos deslocamentos forçados e o agravamento das hostilidades podem tornar “irreversível” a crise humanitária que já afeta os 2,1 milhões de habitantes de Gaza.
António Guterres, secretário-geral da ONU, voltou a pedir um cessar-fogo imediato para “evitar mais morte e destruição” e reiterou o apelo pela libertação dos reféns em poder do Hamas.
Enquanto isso, cerca de 60 mil reservistas foram convocados para setembro, a fim de liberar tropas da ativa para a operação. Com civis em fuga e abrigos no sul sobrecarregados, cresce o temor de que o avanço militar israelense aprofunde ainda mais o sofrimento da população e reduza as chances de uma saída diplomática.
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