O caso que hoje ocupa o Tribunal do Júri em Goiânia começou no dia 20 de janeiro de 2022, quando quatro homens foram mortos em uma ação da Polícia Militar em Cavalcante, na região da Chapada dos Veadeiros. As vítimas eram Alan Pereira Soares, Ozanir Batista da Silva (“Jacaré”), Salviano Souza Conceição e Antônio da Cunha dos Santos (“Chico Kalunga”).
Na época, a versão apresentada pelos policiais era de que o grupo estaria armado e teria reagido durante uma patrulha em uma área de mata. No entanto, laudos periciais contestaram essa narrativa. Nenhuma das armas apreendidas com os mortos apresentava sinais de disparo, e não foram encontradas cápsulas que indicassem tiros contra os militares.
A perícia também mostrou que 58 disparos foram feitos, a maioria de fuzil, e que as vítimas não tiveram chance de defesa. Além disso, quatro pés de maconha que teriam sido encontrados no local foram queimados antes da chegada dos peritos, o que levou o Ministério Público a denunciar os policiais também por fraude processual.
O caso ganhou repercussão nacional e passou a ser chamado de “Chacina de Cavalcante” ou “Chacina da Chapada”, pela brutalidade dos crimes em uma região turística e pelo envolvimento de sete agentes do Grupo de Patrulhamento Tático (GPT).
Foram denunciados os sargentos Aguimar Prado de Morais e Mivaldo José Toledo, o cabo Jean Roberto Carneiro dos Santos e os soldados Luís César Mascarenhas Rodrigues, Ítallo Vinícius Rodrigues de Almeida, Welborney Kristiano Lopes dos Santos e Eustáquio Henrique do Nascimento. Todos respondem por homicídio qualificado e fraude processual.
Inicialmente, o julgamento seria em Cavalcante, mas foi transferido para Goiânia a fim de garantir imparcialidade, já que o crime abalou a comunidade local. Desde 2023, os policiais respondem em liberdade, com medidas cautelares determinadas pela Justiça.
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