Poucas horas após a reunião entre Donald Trump, Volodymyr Zelensky e líderes da União Europeia, a Rússia realizou nesta terça-feira (19) uma ofensiva contra a região central da Ucrânia, classificada por Kiev como o maior ataque desde a retomada das negociações por um acordo de paz. Segundo a Força Aérea Ucraniana, a operação envolveu o lançamento de dez mísseis e 270 drones, número recorde de artefatos em um único dia desde o início de agosto.
O alvo principal foi a cidade de Kremenchuk, localizada no centro do país. O prefeito, Vitalii Maletskyi, disse que a ofensiva contradiz as falas do presidente russo, Vladimir Putin. “Enquanto dizia a Trump que buscava a paz, Putin ordenava mais um ataque maciço contra Kremenchuk. O mundo viu novamente que ele não quer diálogo, e sim destruir a Ucrânia”, declarou.
Apesar da dimensão do bombardeio, as autoridades regionais informaram que não houve mortos ou feridos. No entanto, 1.500 moradores ficaram sem energia elétrica. Para Kiev, o padrão da ofensiva indica que Moscou tem mirado, principalmente, a infraestrutura civil, estratégia recorrente ao longo dos três anos e meio de guerra.
No mesmo dia, outro episódio ganhou repercussão: a Rússia devolveu à Ucrânia os corpos de cerca de mil pessoas, em um processo de repatriação acordado previamente. Moscou afirmou que os restos mortais pertencem a militares ucranianos, mas o governo de Kiev ainda não confirmou a informação.
De acordo com o Quartel-General para o Tratamento de Prisioneiros de Guerra da Ucrânia, entre os repatriados estavam cinco soldados que morreram em cativeiro, apesar de constarem em listas de prisioneiros “gravemente feridos e doentes” previstos para troca. As autoridades ucranianas acusaram a Rússia de descumprir compromissos firmados em negociações anteriores e reforçaram a exigência pela libertação imediata de todos os detidos nessas condições.
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