O secretário de Cultura, Uugton Batista, compareceu à Câmara Municipal na última quinta-feira (14) para prestar esclarecimentos aos vereadores após falas polêmicas. O secretário ofendeu a vereadora Aava Santiago (PSDB) — sem citá-la nominalmente — durante uma sessão no último dia 30 de maio. O caso aconteceu na tribuna do Parlamento.
Logo no início, o vereador Luan Alves (MDB) explicou que a ida de Uugton à Câmara não teve motivação pessoal por nenhum dos vereadores. Segundo Alves, a convocação aconteceu exclusivamente em decorrência do episódio que aconteceu na Casa anteriormente.
Aava questionou o secretário sobre quem seriam os “vereadores imbecis” — aos quais Batista se referiu no episódio — e a respeito dos gastos da prefeitura de Goiânia com os shows da Pecuária deste ano. A parlamentar lembrou que a pasta justificou que os pagamentos foram feitos com verbas adquiridas via emendas de deputados, mas que os documentos não são públicos até o momento.
Após admitir que as ofensas foram em direção à vereadora e pedir desculpas, Uugton declarou que, “no momento certo”, os documentos que comprovam a destinação das emendas para custear os shows da Pecuária serão públicos. Aava respondeu que solicitou os documentos, via requerimento, em maio e ainda não obteve resposta. A parlamentar ainda ressaltou o pedido para que os comprovantes sejam publicados no Portal da Transparência.
Ademais, a vereadora também disse que o encontro não se tratava de uma questão pessoal, e sim de dignidade ao Legislativo goianiense. “Quero dizer ao senhor e a todos os colegas que toda essa agenda foi sobre a dignidade que se trata o Parlamento. O senhor deu várias entrevistas depois, por isso insisti, para alinharmos e acabarmos com isso”, afirmou.
Subiu o tom
Contundente, Markim Goyá (PRD) subiu o tom nas críticas ao secretário. O vereador relatou que foi desrespeitado por Uugton e por uma de suas assessoras quando visitou a Secretaria Municipal de Cultura. “Que o senhor aprenda a respeitar o vereador. Como secretário, o senhor precisa atender o telefone do vereador”, disse Markim em direção a Uugton.
Além disso, o parlamentar disse que não espera que o secretário o persiga por conta das críticas, “porque eu sou um homem de enfrentamento”. “Não tenho medo de rastro de onça. Por morar na periferia, ser simples e ser negro, não pense que o senhor vai tripudiar em cima de mim não. Nenhum secretário vai”, disse Goyá.
O vereador ainda expôs que solicitou ao prefeito Sandro Mabel (União Brasil) que demitisse Batista da pasta. “E da próxima vez que eu pedir e o prefeito não demitir, eu saio da base. Sou eu quem aguento aqui [na Câmara] as consequências de ser base do prefeito. O senhor, como secretário, aprenda a respeitar essa Casa”, disparou o parlamentar.
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Saiu em defesa
Geverson Abel (Republicanos) não aumentou o tom no discurso contra o secretário, mas saiu em defesa do Parlamento. “Qualquer erro precisa ser reparado. Esse parlamento é sério e está aqui para cuidar da cidade. Não é porque eu fui bem atendido que meus colegas podem ser mal atendidos”, disse o vereador, que agradeceu a visita do secretário.
O presidente da Casa, Romário Policarpo (PRD), e os vereadores Thialu Guiotti (Avante), Wellington Bessa (DC), Vitor Hugo (PL) e William do Armazém (PRTB) também adotaram um tom ameno. Os parlamentares ressaltaram que Uugton errou, porém, destacaram que após o pedido de desculpas, a situação precisa ser superada. (Especial para O HOJE)
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