O mercado brasileiro de flores e arranjos de luxo vive um momento de forte expansão. No primeiro semestre de 2025, o segmento registrou crescimento superior a 30%, impulsionado pela demanda por produtos sofisticados e personalizados. O ticket médio das compras de flores premium, que inclui itens como lírios plantados, mini orquídeas raras e buquês elaborados, gira em torno de R$ 530.
A valorização desse mercado reflete não apenas a busca por estética e beleza, mas também o desejo de transmitir cuidado, afeto e exclusividade por meio de presentes que vão muito além de simples arranjos. Hoje, kits incluem chocolates finos, bebidas especiais, livros e até experiências personalizadas, ampliando o valor percebido e o alcance do público.
Tendências e preferências do consumidor
Entre os produtos mais vendidos, destacam-se as rosas colombianas — conhecidas pela durabilidade e tamanho das pétalas — e combinações criativas que mesclam girassóis, flores tropicais e embalagens luxuosas. A personalização é um fator decisivo: consumidores estão dispostos a pagar mais por arranjos exclusivos, adaptados ao estilo e à ocasião.
O perfil desse público é predominantemente urbano, com forte presença nas classes A e B. Datas comemorativas como Dia das Mães, Dia dos Namorados e festas de fim de ano continuam sendo os picos de vendas, mas o uso de flores premium também cresce em eventos corporativos, casamentos e ações de marketing de marcas de alto padrão.
Produção concentrada e desafios do setor
O estado de São Paulo responde por cerca de 75% da produção nacional e por mais da metade do consumo interno de flores e plantas ornamentais. Em 2023, o faturamento estimado da floricultura paulista chegou a R$ 7,8 bilhões, dentro de um mercado nacional que movimentou R$ 19,9 bilhões.
Apesar do crescimento, produtores enfrentam desafios significativos. A escassez de mão de obra qualificada, o envelhecimento dos agricultores e os custos elevados de insumos — agravados pela alta do dólar — impactam diretamente a competitividade. Além disso, a falta de seguro agrícola e incentivos à modernização limita a capacidade de inovação. Muitos produtores ainda operam com tecnologia defasada e dependem de condições climáticas favoráveis para manter a qualidade e o volume de produção.
Outro ponto crítico é a logística: flores são produtos extremamente perecíveis, exigindo transporte rápido e armazenamento adequado. Isso encarece a operação e exige investimentos constantes em cadeia de frio e sistemas de distribuição eficientes.
Segmento premium é puxado por arranjos personalizados, embalagens exclusivas e ticket médio de R$ 530
Crescimento nacional e internacional
O Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor) projeta que o mercado brasileiro de flores registre alta de 6% a 8% em 2025, com destaque para o avanço das vendas online e o fortalecimento da presença em redes de supermercados. Em 2024, o crescimento médio já havia ficado na faixa de 6% a 7% nos segmentos de flores de corte, flores em vaso e plantas verdes.
No cenário global, o mercado de floricultura e plantas ornamentais é estimado em quase US$ 900 milhões e deve crescer a taxas anuais superiores a 6,5% até 2029. O segmento de flores cortadas, por sua vez, mantém expansão constante, enquanto o nicho de flores preservadas — aquelas que mantêm aparência natural por meses ou até anos — deve atingir US$ 272 milhões até 2032.
Um dos setores mais promissores é o de presentes florais, que movimenta mais de US$ 55 bilhões por ano no mundo e deve chegar a US$ 91 bilhões até 2033. Esse segmento abrange tanto presentes pessoais quanto o uso corporativo, que vem crescendo como estratégia de relacionamento com clientes e parceiros.
Um setor que floresce entre beleza e inovação
O mercado de flores de luxo no Brasil combina tradição, emoção e inovação. A estética continua sendo o primeiro atrativo, mas o sucesso do setor hoje está ligado à experiência completa oferecida ao cliente. Arranjos com design diferenciado, entrega expressa, embalagens exclusivas e atendimento personalizado são fatores que fidelizam consumidores exigentes.
O desafio para os próximos anos será equilibrar crescimento e sustentabilidade. Investir em tecnologia, qualificação de mão de obra e logística será essencial para manter a competitividade e atender à demanda crescente. Ao mesmo tempo, o fortalecimento do comércio eletrônico e a ampliação das opções de personalização devem consolidar o Brasil como um dos mercados mais vibrantes da floricultura premium no mundo.
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