O maior sonho dos governantes de Coreia do Norte, Cuba, Irã, Nicarágua e Venezuela é o fim dos embargos que os Estados Unidos lideram há décadas, em alguns casos – contra Havana, há 65 anos. O Brasil, que tem ótimas relações com os cinco nanicos encrenqueiros e seus gestores ditatoriais, prefere estapear quem o afaga – justamente, o gigante da América do Norte, ao qual somos ligados há dois séculos, econômica, política e culturalmente.
Exemplo de absurdo que iguala a equipe de Lula à do quinteto pária internacional: o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, agendou reunião remota com Scott Bessent, que ocupa cargo similar ao seu na equipe do presidente Donald Trump, a Secretaria do Tesouro. Recebeu o link para começar as tratativas bilaterais entre Brasil e Estados Unidos, tendo como pauta a possível exclusão de produtos supertaxados pela Casa Branca. Mesmo estando com a senha adiantada pelos sobrinhos de Tio Sam, os auxiliares do governo brasileiro deixaram os americanos no vácuo.
Haddad, o governante que fabrica o caos
A atitude de Haddad não surpreende quem acompanha a sua desastrada carreira política. Numa época em que Lula elegia até postes, tanto que fez Dilma Rousseff ganhar duas vezes a Presidência da República, pôs Haddad na Prefeitura de São Paulo. Não poderia ter aplicado castigo pior nos pobres paulistanos, sofridos com a classe dirigente à esquerda e à direita: foi um administrador tão ruim que nem a monumental aprovação a seu padrinho o salvou da derrota ao tentar se reeleger.
Não bastasse levar o caos a uma cidade, o PT o escolheu para levar mais caos a um continente, em 2018. Sem dimensionar o resultado a partir de preferências partidários, mas felizmente Haddad foi surrado nas urnas – não por um ex-governador de sucesso, ou um líder classista respeitado, ou um estadista de renome internacional, mas por um desconhecido Jair Bolsonaro, mesmo o então presidente Michel Temer, que o PT tanto odiava, contando com míseros 3% de popularidade.
O presidente que acredita que a Terra é uma mesa (não uma mesa redonda)
Esse nível de componente do time de Lula leva a outro tipo de terraplanismo, o que acredita que exportar igrejas para a Venezuela tem o mesmo efeito de abastecer de commodities o incomparável mercado norte-americano. Lula, pelo visto, acredita que o planeta é reto como uma mesa, pois bota a maior fé em Xi Jinping, o presidente da China. O petista supõe que Xi decidiu levar os mais de 40 bilhões de dólares em produtos que os EUA importaram do Brasil no ano passado. Até já deve estar vendo essas mercadorias sendo transportadas para o Oriente em cima de uma Mula sem Cabeça.
Só uma mula sem cérebro brigaria com um cliente que aumentou em 9,2% o valor de suas aquisições em 2024 e que não leva mais manufaturados pelo simples fato de preferirmos desindustrializar, premiar os empresários com impostos e burocracia. É como se uma fábrica tivesse 195 clientes (número de membros da Organização das Nações Unidas) e resolvesse romper com um que sozinho comprasse 12% de tudo o que ela produz. É o que temos para vender. O PT pode não negar a forma esférica da Terra, mas nega a matemática que soma 1 mais 1 e o resultado dá 2.
O pibão de que o Brasil se orgulha não compra uma empresa americana
Uma só empresa americana, a Alphabet/Google, vale mais de 2 trilhões de dólares, exatamente o Produto Interno Bruto do Brasil no ano passado. A Google não planta um só grão, não escava um só minério, não cria uma só vaca, um porco ou frango. E 180 milhões de brasileiros usam a big tech da Alphabet. O que fez o Analphabet sistema? Investiu em Educação e tecnologia para o país um dia inventar algo comparável ao sistema de busca? Não, ele quer impedir o seu uso por 88% da população.
O governo está pouco preocupado em qualidade de ensino que forme inventores de big tech. O que tira o sono de ministros e do presidente é se a China vai arrematar o excedente de soja, carne e minério brasileiros que não forem comercializados devido às taxas impostas por Donald Trump, que trata seu colega tupiniquim como um show man, só que de show de horrores. Mesmo boquirroto e inconsequente, Trump ainda não disse em público o que até Nicolás Maduro da Venezuela e Daniel Ortega da Nicarágua concordariam: entre romper com os Estados Unidos ou com o Brasil, a China não precisaria somente de uma fração de segundo para falar inglês.
O rinoceronte que está dominando o Brasil
O mercado interno brasileiro ficaria satisfeito se Lula e seus ministros ficassem quietinhos, iguais a gato manso, só mamando e miando, sem querer ladrar com a águia americana. Aliás, deveríamos discutir outro animal, o rinoceronte cinza chinês. A referência ao imenso mamífero batiza os conglomerados do gigante asiático que estão tomando conta do mundo. E não é exagero do analista. São grupos privados, mas operam com dinheiro público do PCC – não é a facção que cresce como nunca no governo petista, mas o Partido Comunista Chinês.
O governo de Pequim repassa aos rinocerontes verbas a juros camaradas ou correção nenhuma ou até sem esperança de retorno do dinheiro. Cabe às corporações minar a resistência de eventuais concorrentes do país em que se instala, o Brasil inclusive. É o que ocorre no setor de energia fotovoltaica (solar), confecções, maquinário e até de automóveis – de algum lugar deveriam sair os recursos para a oferta de carros tão baratos.
Sem querer entrar no mérito da estratégia chinesa nem no pavor espalhado por amantes da conspiração, mas vem do outro lado do mundo o grosso dos investimentos em terrenos, barrancos de garimpos, ações, bitcoins, bets e uma infinidade de empresas, inclusive as piores. Se é uma forma de os comunistas mais capitalistas da história semearem a sua ideologia, está funcionando. Não se vê mais fábrica de brinquedo. As de tecidos foram fechadas. E assim por diante. Ou para trás, que tem sido o rumo da indústria nacional.
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