O Partido Social Democrático (PSD), presidido por um dos principais caciques do Centrão, Gilberto Kassab, é uma das legendas mais requisitadas pelos presidenciáveis. Líder no número de prefeituras e na bancada do Senado Federal, além de um número robusto de cadeiras na Câmara dos Deputados — a quinta maior da Casa Baixa —, o apoio da sigla é visto como crucial para os players políticos que desejam vencer a disputa presidencial em 2026. Kassab já deixou claro: o partido pode caminhar tanto na centro-direita quanto no projeto de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Recentemente, o presidente da legenda se reuniu com Lula no Palácio da Alvorada. Acompanhado de pessedistas que compõem o corpo ministerial na Esplanada, como Alexandre Silveira, de Minas e Energia, e André de Paula, da Pesca e Aquicultura, Kassab se reaproximou do governo federal.
O mandatário da sigla já criticou a gestão petista publicamente diversas vezes. No início do ano, afirmou que Lula não seria reeleito caso a eleição acontecesse naquele momento. Porém, a recuperação da imagem de Lula com o tarifaço de Trump fez o PSD voltar atrás e abrir as portas para um possível apoio ao PT em 2026. Se, no início do ano, Kassab dizia acreditar na derrota do presidente, hoje a leitura do pessedista é que o chefe do Executivo é o favorito para o pleito. “Pesquisa reflete momento. Naquele momento, os números mostravam isso. Agora, ele ganharia. Almoçamos ontem [quinta-feira (7)], e ele parece bem animado com a reeleição”, disse Kassab ao O Globo na última sexta-feira (8).
Mesmo com os acenos à base governista, caminhar com a centro-direita ainda é o cenário mais provável para o PSD. Secretário de Governo na gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo, Kassab é um dos maiores entusiastas da candidatura do governador ao Palácio do Planalto. Caso Tarcísio seja candidato, certamente Kassab e o PSD estarão no palanque do chefe do Executivo paulista — que também deve contar com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O entendimento do cacique é que, caso a candidatura do governador se concretize, Kassab terá caminho livre — e o apoio de Tarcísio — para disputar o Governo de São Paulo. O Palácio dos Bandeirantes é o sonho de consumo do cacique do Centrão, que monitora a situação de Tarcísio de olho no comando do Estado.
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Plano B
Na entrevista para O Globo, Kassab disse que Tarcísio só disputará o Planalto “se tiver quase certeza da vitória”, já que uma reeleição em São Paulo é mais provável. Se isso acontecer, o pessedista tem outras opções para a disputa presidencial. O governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), é um dos direitistas cotados na corrida pela presidência.
Com 80% de aprovação no último levantamento da Paraná Pesquisas, a gestão em solo paranaense já coloca o chefe do Executivo estadual perto dos 10% nas pesquisas de intenção de voto na disputa pelo Planalto em 2026.
Além de Ratinho, existe outro pessedista que aspira disputar a Presidência da República. Recém-chegado na sigla, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, vê com bons olhos ser candidato à cadeira mais cobiçada da política brasileira.
Em síntese, Kassab opera em um dos partidos que encabeçam o Centrão no Congresso Nacional e possui uma vasta representatividade municipalista, que o deixa em situação confortável para apoiar o projeto político mais conveniente para as aspirações da legenda. (Especial para O HOJE)
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