A Justiça Eleitoral determinou a cassação dos mandatos do prefeito de Joviânia, Max Barbosa, do vice-prefeito Roudison Sabino Muniz, e dos vereadores Flávio Martins de Sousa, presidente da Câmara, e João Paulo Ferreira Rezende, vice-presidente. A decisão, assinada na última sexta-feira (8) pela juíza Danila Cláudia Le Sueur Ramaldes, da 45ª Zona Eleitoral de Pontalina, decorre de condenação por compra de votos nas eleições de 2024.
Como presidente e vice da Câmara integram a linha sucessória do Executivo, a juíza determinou a realização imediata de nova eleição para a Mesa Diretora. Após o trânsito em julgado, se confirmada a sentença, novas eleições para prefeito serão convocadas.
O processo reuniu provas de movimentações financeiras atípicas antes e depois da votação. A Polícia Civil identificou aumento expressivo de transferências via Pix realizadas por Max Barbosa entre agosto e outubro de 2024, além de quatro saques de valores elevados no dia seguinte ao pleito. Também constatou que o filho do prefeito, Max Barbosa Filho, efetuou repasses com valores “redondos” a eleitores e intermediários, destoando do padrão anterior de transações. Entre os beneficiários listados estão Adelzidio Pereira Borges Filho, Luiz Paulo Caetano Vieira, Gustavo Daniel Correa dos Santos e outros nove nomes.
As investigações apontam a existência de uma rede de aliados que intermediava pagamentos, envolvendo tanto transferências bancárias quanto entregas de dinheiro em espécie. Entre os citados estão Max Barbosa Filho, Willian Pereira Barbosa, João Paulo Ferreira Rezende, Flávio Martins de Sousa e outros oito nomes.
Depoimentos colhidos nos autos descrevem abordagens diretas. Adelzidio Borges relatou ter recebido R$ 2 mil de imediato, após recusar pagamento parcelado condicionado à vitória do prefeito. Gustavo Daniel disse ter recebido R$ 100 de João Paulo Rezende, com promessa de mais R$ 300 após a eleição — quantia que foi creditada dias depois. Já Ricardo Henrique afirmou ter sido procurado para trocar adesivos de campanha em seu veículo por R$ 3 mil, recebendo apenas parte do valor e denunciando o caso.
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