Nilson Gomes-Carneiro
Ótima de redes sociais, excelente em vídeo, domínio da tecnologia, conversa sempre amigável com as pessoas simples, a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, enfileira virtudes de modernidade, mas o que conta em suas gestões são valores atemporais. Com o governador Ibaneis Rocha, a lealdade. Com o casal Bolsonaro, Jair e Michelle, o companheirismo fraternal. Com três já falecidos ex-governadores seus conterrâneos de Goiás, Joaquim Roriz, Iris Rezende e Maguito Vilela, um modelo de gestão sem perigo de dar errado: obras, social, ensino e pesquisa, saúde, talento, dedicação, paciência…
Natural de Goiânia, bacharel em Direito, formada em Administração, Celina cumpre uma tradição de colegas de chapa que se dão bem na política e fazem com que seus mandatos no Executivo multipliquem as oportunidades para quem delas depende. Roriz, que Celina tanto admira, foi vice de Henrique Santillo, que o colocou de interventor em Goiânia e ajudou em sua chegada ao 1º mandato de governador de Brasília. Iris saiu do Governo de Goiás para ser ministro da Agricultura de José Sarney porque confiava no vice, Onofre Quinan, que depois seria candidato a senador em sua chapa. No 2º mandato, Iris tinha de vice Maguito, que, assim como Celina, também se dedicava aos esportes – ela, no vôlei de areia; ele, no futebol. Outro vice goiano que se deu bem foi Alcides Rodrigues, a quem Marconi Perillo reelegeu e com quem saiu brigado.
Nos 66 dias em que Ibaneis ficou fora do cargo, injustamente afastado pelo ministro Alexandre de Moraes (STF), Celina demonstrou até onde vai a coragem de uma leoa leal. A imprensa quase inteira, principalmente a digital, queria lacrar com críticas à atuação das forças de segurança durante as manifestações de 8 de janeiro de 2023 na Praça dos Três Poderes. No pós-balbúrdia, a então governadora interina impediu o massacre à honra e à popularidade de Ibaneis. Foi firme o tempo todo. Se alguém tentava sugerir que o titular seria cassado, ela não deixava nem terminar a frase, ressaltava que o nº 1 era ele, ele voltaria, ele continuaria suas obras. Alcides foi capaz de gesto assim nas vezes em que aventavam a possibilidade de Marconi ser apeado do poder – Celina conhece essa linguagem, porque é mestre em equitação.
Um rosto para assumir as responsabilidades
Outro jeito goiano de governar, que o brasiliense filho de piauiense Ibaneis pratica, é a centralização para o que der e vier. Sejam boas ou ruins, as pautas são cuidadas pelo governador. Delega, repassa funções, ouve, decide, escolhe, mas dá a cara afago e a tapa. Na hora de assumir a responsabilidade pela caçada ao bandido Lázaro Barbosa, em 2021, Ronaldo Caiado concedia as entrevistas. Não conseguia prender o marginal. Caiado continuava enfrentando as câmeras. Matou o bandido. Apareceram 400 heróis. Caiado os premiou. Ibaneis e Celina Leão também dividem as conquistas da administração com os participantes. Não apenas os secretários, mas a partir dos trabalhadores anônimos.
Com a gentileza de sempre e a cortesia que nunca é demais, Ibaneis cede a Celina a vez de entregas, para que ela colha o reconhecimento às ações de ambos. Por isso, o louva, afirmando que a grandeza de um líder se localiza, também, na concessão do que seria exclusivo dele. O governador poderia desfrutar sozinho das luzes, mas prefere dividir o brilho para multiplicar os efeitos.
A preocupação com quem chega e demora a realizar os sonhos
Assim como os pais de Ibaneis, Celina é uma imigrante, mesmo que o quadradinho pertença ao coração do País e ela tenha sido criada no eixo Goiânia – Brasília. Por isso, se esforça tanto para resolver ou ao menos atenuar as mazelas provocadas pela política econômica nacional, atualmente um fracasso para quem tem vocação empreendedora, que é a maioria dos que acessam o DF. As pessoas vão para a Capital Federal, não arrumam um trabalho que cubra as prestações de um lote nas cidades-satélites, rumam para as cidades goianas do Entorno. Então, criam seus filhos no eixo Valparaíso – Plano Piloto, Formosa – Planaltina DF, Águas Lindas – Taguatinga, Novo Gama – Santa Maria, Cidade Ocidental – Parque das Camélias. Assim, o cuidado com a saúde, por exemplo, se espalha além das fronteiras da unidade da federação em que Celina une, realmente, a federação quase completa.
As mulheres que recebem adjetivos porque trabalham no coletivo
Humildade, atitude, confiança, força e juventude eram as palavras de ordem na campanha de Celina Leão à Câmara Legislativa do Distrito Federal, onde chegou à Presidência. Não se tratavam apenas de termos de convencimento para cabos eleitorais repetirem nas ruas. Os adjetivos aparecem em seu vocabulário apenas no coletivo, mas as pessoas sabem reconhecer suas qualidades individuais. Não apenas a ela. Além de Celina, também recebem o carinho e as frases bonitas voluntariamente de populares a primeira-dama Mayara Rocha, a ex-primeira-dama do país Michelle Bolsonaro, a senadora Damares Alves.
É uma verdadeira seleção feminina, como a que no fim de semana conquistou a Copa América. Seus gols, consequência do treinamento do técnico Ibaneis Rocha, são o plano de saúde do servidor, o Vale-Gás (Lula copiou do DF), o DF sem Miséria (centenas de milhares de atendimentos), as vagas nas creches, a valorização das forças de segurança e a presteza na saúde, que recebe pacientes de Goiás, Bahia, Minas Gerais, Piauí, Tocantins etc, novamente unindo a federação quase toda nos hospitais do DF.
A proteção se estende aos animais. Seu amor aos cavalos é um agradecimento por ter dividido com eles os aplausos da época em que fazia sucesso nas provas de tambor e da baliza. No mundo dos rodeios, a montaria tem de ficar no mínimo 8 segundos sem cair. Desde as disputas dentro de casa com a meia dúzia de irmãos, passando pela interinidade nos 66 dias em que o STF errou mantendo Ibaneis afastado, a próxima governadora do DF apresenta uma firmeza louvável. Muita gente aguarda o espetáculo ao lado de Ibaneis e Michelle.
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