As sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tendem a ter alcance prático limitado, mas já provocam reação dentro da Corte. A punição, baseada na Lei Magnitsky — dispositivo que permite sanções a autoridades estrangeiras acusadas de violar direitos humanos —, inclui o bloqueio de bens e restrições comerciais. No entanto, interlocutores de Moraes afirmam que o ministro não possui contas, investimentos ou patrimônio em solo norte-americano, o que torna ineficaz parte do pacote.
Além disso, Moraes já havia sido impedido de ingressar nos EUA, junto com outros sete ministros do STF, e afirmou a aliados que não tem interesse em viajar ao país.
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Ainda assim, a decisão vai além da figura do ministro: bancos, operadoras de cartão e empresas estão proibidas de realizar qualquer transação vinculada a ele, o que pode dificultar movimentações indiretas no sistema financeiro internacional.
Enquanto o próprio Moraes e o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, optaram pelo silêncio, a única manifestação pública partiu do ministro Flávio Dino, que saiu em defesa do colega por meio das redes sociais. Internamente, a leitura predominante é de que a ação do governo americano, impulsionada pelo presidente Donald Trump, carrega forte conotação política e tenta interferir nas decisões da Justiça brasileira. Há ainda o temor de que outros integrantes do Supremo possam ser incluídos em novas rodadas de sanções.
Nesse contexto, mesmo com alcance prático restrito, a medida é vista como um sinal de pressão externa sobre a atuação do Judiciário, elevando a tensão entre o STF e grupos internacionais alinhados à extrema direita.
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