Com expectativa de movimentar cerca de R$ 31,7 bilhões ao longo de 2025, o mercado de casamentos no Brasil segue em forte expansão e se consolida como uma das engrenagens mais relevantes para a cadeia de eventos, serviços e produção local. Apenas no segundo semestre, são esperadas mais de 240 mil cerimônias, quase a metade do total previsto para o ano, segundo levantamento do setor. Goiás, com suas paisagens, tradição cultural e crescimento no segmento de eventos, figura entre os estados em que o setor mais aquece a economia local.
Em todo o país, o número de casamentos deve alcançar a marca de 476 mil cerimônias até o fim de 2025, superando os 471 mil registrados em 2024. O ticket médio por festa está estimado em R$ 66 mil, valor que considera itens essenciais como buffet, decoração, som e iluminação, fotografia e filmagem. Somente o serviço de buffet representa, em média, R$ 18 mil do valor total, com um crescimento de 6,3% em relação ao ano anterior.
“Estamos vendo uma reorganização do mercado, com casais mais exigentes, cerimônias mais personalizadas e fornecedores buscando inovação e sustentabilidade”, afirma uma especialista em comportamento de consumo e eventos, que atua na região Centro-Oeste. Segundo ela, o segundo semestre concentra datas simbólicas e mais procuradas para casamentos, como setembro e dezembro, o que eleva a demanda por serviços especializados.
Goiás: polo em ascensão no mercado de eventos
No estado de Goiás, o setor de eventos voltados para casamentos já movimenta uma cadeia significativa de empreendimentos. De pequenos negócios familiares a estruturas de médio porte, o segmento aquece atividades como gastronomia, produção de flores, confecção de roupas cerimoniais, transportes, hospedagens, estética e beleza, entre outros.
Dados regionais indicam que, apenas em Goiânia, cerca de 6 mil casamentos são realizados por ano, sendo mais da metade concentrada nos meses entre julho e dezembro. Isso reflete diretamente no faturamento do setor, que tende a crescer acima da média nacional em determinadas cidades do interior, impulsionado por um turismo local voltado para casamentos ao ar livre, em chácaras, fazendas e espaços integrados à natureza.
“Os casais estão buscando experiências exclusivas, que envolvam não apenas o casamento em si, mas toda uma programação integrada, com hospedagem, jantar, passeios e celebrações estendidas”, aponta uma cerimonialista com mais de 15 anos de atuação no estado. “Isso transforma cada casamento em um projeto único e movimenta toda uma rede de serviços.”
Tendências: personalização e sustentabilidade ditam o ritmo de 2025
O segundo semestre de 2025 trará forte presença de cerimônias personalizadas e eco-conscientes, tendência que já vem se consolidando nos últimos anos. Os casais buscam formas criativas de representar sua identidade, valores e estilo de vida, desde a escolha das cores até os cardápios e lembrancinhas.
Entre as principais tendências, estão:
Decoração com tons intensos e paletas vibrantes, saindo do convencional pastel e nude;
Vestidos e trajes fora do padrão, com cortes modernos e cores não tradicionais;
Menus personalizados, com alimentos de origem local e opções veganas e vegetarianas;
Uso de materiais biodegradáveis e lembranças sustentáveis;
Convites digitais, que reduzem o uso de papel e aumentam a praticidade.
Além disso, muitos casais têm optado por temas que refletem hobbies ou causas que defendem, transformando o casamento em uma celebração que vai além da união matrimonial — tornando-se uma afirmação de identidade.
Decoração média chega a R$ 10 mil
Geração de empregos e aquecimento econômico
O impacto do setor de casamentos na economia é expressivo. Cada cerimônia gera, em média, a contratação direta ou indireta de mais de 30 profissionais, entre garçons, músicos, fotógrafos, floristas, maquiadores, motoristas, seguranças, entre outros.
Com o aumento da demanda no segundo semestre, o setor se torna uma fonte importante de empregos temporários e oportunidades de negócios para empreendedores autônomos. Para muitos pequenos empresários e trabalhadores informais, os casamentos representam a principal fonte de renda no ano.
“Quando falamos em um casamento de porte médio, estamos lidando com um projeto que movimenta simultaneamente diversas frentes de serviço e produção. É um evento que exige logística, planejamento, execução e pós-produção. Isso representa dinheiro circulando, contratos sendo fechados e postos de trabalho sendo ativados”, explica um consultor em economia do setor de eventos.
Planejamento e profissionalização como diferencial
Em um mercado cada vez mais competitivo e exigente, o planejamento com antecedência e a contratação de serviços profissionais se tornam diferenciais fundamentais. Especialistas apontam que casais têm iniciado os preparativos com até 18 meses de antecedência, principalmente em regiões com alta demanda.
A busca por profissionalização também é notável. Cursos, capacitações e consultorias específicas para o mercado de casamentos têm ganhado força, especialmente no Centro-Oeste. Em Goiás, há um crescimento visível no número de prestadores que se especializam em nichos como casamentos religiosos, cerimônias intimistas (mini weddings), casamentos ao ar livre e elopement weddings — formato no qual os noivos se casam sozinhos ou com pouquíssimos convidados.
Um setor que segue em expansão
Apesar dos altos custos envolvidos, o desejo de celebrar o amor de forma marcante permanece como uma das prioridades dos brasileiros. Com o fortalecimento da cultura de eventos personalizados e o apelo por cerimônias sustentáveis, o mercado de casamentos segue como uma engrenagem vital para a economia de serviços.
Para o segundo semestre de 2025, as expectativas seguem em curva ascendente. De norte a sul do país, o setor não apenas movimenta bilhões de reais, mas também transforma vidas, conecta histórias e amplia oportunidades. E Goiás, com sua hospitalidade e riqueza cultural, está no centro desse cenário, consolidando-se como uma referência nacional no mercado de celebrações.
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