Usuários do transporte coletivo da Grande Goiânia têm enfrentado transtornos após a suspensão do pagamento de passagens com cartões bancários virtuais por aproximação, sistema que vinha sendo amplamente utilizado por meio de celulares e dispositivos como relógios inteligentes. A medida passou a valer desde o dia 14 de julho, segundo informou a Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC), com o objetivo de evitar fraudes e cobranças indevidas.
A tecnologia de pagamento por aproximação, que utiliza a comunicação por campo de proximidade (NFC), começou a funcionar em dezembro de 2021 e representava um avanço na modernização do transporte público.
A praticidade de simplesmente aproximar o celular ou smartwatch do validador, sem necessidade de cartões físicos ou dinheiro, conquistou muitos passageiros, especialmente os mais jovens e aqueles que preferem meios digitais. No entanto, a suspensão pegou muita gente de surpresa e gerou críticas nas redes sociais e em grupos de usuários.
De acordo com a RMTC, a medida foi adotada para reforçar a segurança do sistema de bilhetagem e evitar riscos de uso indevido dos cartões virtuais, que não exigem autenticação física na hora do pagamento. A empresa não detalhou se houve casos concretos de fraudes, mas explicou que o pagamento com cartões físicos, desde que equipados com a tecnologia de pagamento por aproximação, continua liberado normalmente. Também seguem válidos o Bilhete Único e demais modalidades do sistema Sitpass, como carteirinhas estudantis e cartões para gratuidades.
Nota da empresa
Em nota, a RMTC ressaltou que a mudança foi amplamente divulgada nos ônibus, terminais e estações da rede, com o objetivo de garantir o conhecimento prévio dos passageiros. Mesmo assim, muitos usuários relataram não ter sido informados da suspensão e só perceberam o problema na hora de embarcar. “Fiquei constrangida. Tentei pagar com meu celular e a catraca travou. Se não fosse um rapaz atrás de mim pagar a passagem, eu teria perdido o horário do trabalho”, relatou a auxiliar de serviços gerais Jéssica, de 28 anos.
Para o consultor em mobilidade urbana Cláudio Furtado, o uso de dispositivos móveis para pagamento deveria ser prioridade no sistema. “Essa suspensão é um retrocesso. É justamente no ambiente digital que se consegue aplicar mais camadas de segurança, como biometria facial, autenticação em dois fatores e bloqueios automáticos. A falha, se há, precisa ser corrigida na tecnologia, não retirando a funcionalidade do usuário”, afirma.
Segundo a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), o pagamento com cartões bancários físicos continuará sendo uma das ferramentas de integração do novo sistema de transporte metropolitano. Essa solução tecnológica integra um conjunto de melhorias que incluem também a implantação da biometria facial para beneficiários de gratuidade e a recarga embarcada do cartão Sitpass, ou seja, diretamente dentro dos ônibus. A expectativa da companhia é que essas inovações sirvam de base para a construção de futuras políticas públicas de mobilidade.
Enquanto isso, quem se habituou à conveniência dos pagamentos com o celular ou smartwatch precisa buscar alternativas. Muitos passageiros relatam que nem sempre andam com cartões físicos, e que dependem dos meios digitais integrados ao smartphone para gerenciar suas finanças e fazer compras diárias, inclusive no transporte público.
Ainda não há previsão oficial para o retorno do serviço com dispositivos móveis. A RMTC informou apenas que a suspensão é temporária, mas não especificou um prazo para reativação da funcionalidade.
Passageiros esperam que, com a pressão popular e diálogo entre as autoridades de transporte e empresas de tecnologia, o pagamento por aproximação com celulares e relógios volte a ser uma realidade no transporte coletivo de Goiânia.
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