Goiânia e Aparecida de Goiânia foram reconhecidas entre as dez melhores cidades do Brasil em saneamento básico, segundo o Ranking de Saneamento 2025, divulgado pelo Instituto Trata Brasil e elaborado em parceria com a consultoria GO Associados. Com base em dados do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa), referentes ao ano de 2023, o levantamento avaliou os 100 municípios mais populosos do país. A capital goiana aparece em 7º lugar, enquanto Aparecida ocupa a 6ª colocação, destacando-se pelo avanço expressivo nos últimos anos.
O governador Ronaldo Caiado celebrou a conquista, atribuindo os resultados à reestruturação da Saneago, iniciada em 2019. “Nos últimos anos, trabalhamos fortemente para mostrar às pessoas que, ao se fazer um serviço com honestidade e transparência, os resultados chegam”, afirmou. Em Goiânia, o investimento per capita da Saneago passou de R$ 69,41, em 2019, para R$ 277,94, em 2023. Já em Aparecida, o investimento médio por habitante foi de R$ 420,99 — mais que o triplo da média nacional, de R$ 126,97.
Segundo o presidente da Saneago, Ricardo Soavinski, Goiânia e Aparecida tiveram uma das maiores evoluções do país em relação ao ranking anterior. Em 2024, as cidades ocupavam as 18ª e 17ª posições, respectivamente. “Hoje, dos dez municípios mais bem colocados no ranking, temos dois de Goiás”, comemorou. “O resultado para Goiás foi muito importante, está alinhado à diretriz que o governador nos deu de trabalhar do jeito que tem que ser, fazendo obras atrás de obras e melhorando cada vez mais a operação de toda a Saneago.”
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O ranking utiliza dez indicadores divididos em três grandes dimensões: nível de atendimento (60% do peso), melhoria do atendimento (25%) e nível de eficiência (15%). São avaliados critérios como percentual da população atendida com água potável e esgotamento sanitário, percentual de esgoto tratado, valor investido por habitante, perdas na distribuição, perdas por ligação e a evolução desses dados. As notas atribuídas a cada cidade são baseadas nas metas do Marco Legal do Saneamento, que define a universalização dos serviços até 2033.
Goiânia é, entre todas as capitais brasileiras, a mais avançada em cobertura de saneamento básico, com 99,62% da população atendida com água tratada e o mesmo percentual com esgotamento sanitário. Ambos os índices já foram universalizados, muito antes do prazo legal. A média nacional de atendimento com água tratada está em 83,1%, e com esgoto, 55,2%. Além disso, a Capital apresenta o menor índice de perdas na distribuição entre as capitais: apenas 12,68%, frente à média nacional de 40,3%.
Já Aparecida de Goiânia se destacou como o terceiro município que mais investiu em saneamento básico no país, alcançando patamares de cobertura e tratamento comparáveis a grandes centros urbanos. Os recursos foram utilizados para ampliar redes, modernizar a operação e reduzir perdas, que também estão abaixo da média nacional. Com isso, o município ultrapassou diversas capitais e demonstra que o avanço no setor é possível mesmo fora dos maiores centros econômicos.
Anápolis, terceiro maior município goiano, subiu nove posições no comparativo com o ano anterior e ocupa agora o 42º lugar. A cidade está entre as 18 do país com perdas por ligação inferiores a 200 litros por dia, indicador que reflete maior controle e eficiência no sistema de abastecimento. O relatório do Instituto Trata Brasil também destaca que apenas 12 cidades brasileiras investem acima da média ideal recomendada pelo Plansab, de R$ 223,82 por habitante ao ano.
Em contraste, os 20 últimos colocados do ranking concentram graves deficiências. Entre eles estão oito capitais: Rio Branco (AC), Macapá (AP), Belém (PA), São Luís (MA), Maceió (AL), Recife (PE), Manaus (AM) e Porto Velho (RO). Nessas cidades, o investimento médio foi de apenas R$ 78,40 por habitante — valor cerca de 65% abaixo do necessário para a universalização. O atendimento com esgotamento sanitário nessas localidades não ultrapassa 30% da população, e as perdas na distribuição superam os 45%.
O ranking do Instituto Trata Brasil é publicado anualmente desde 2009 e se tornou uma referência na avaliação da infraestrutura sanitária urbana. A edição de 2025 foi a primeira a utilizar exclusivamente os dados do novo sistema Sinisa, implantado após o Novo Marco Legal do Saneamento. O estudo reafirma que o avanço do setor depende de planejamento, investimento contínuo e gestão eficiente, e mostra que os bons resultados alcançados por Goiás podem servir de exemplo para todo o país.
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