Atualmente, são 72 pontos com a direita livre em funcionamento na Capital. A medida, prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), permite que motoristas realizem a conversão à direita mesmo com o semáforo fechado, desde que respeitadas as normas de segurança viária. Mas será que, desde a implementação da direita livre em janeiro deste ano, os motoristas realmente se adaptaram à mudança?
Para o motorista de aplicativo João Gomes, de 23 anos, a implantação da direita livre em Goiânia ainda gera confusão entre os condutores. Ele afirma que a sinalização nem sempre é clara, o que dificulta a compreensão sobre onde a medida está em vigor.
“A direita livre, me parece, deixou o trânsito de Goiânia parecendo um pouco com o da Índia, porque a gente não sabe exatamente onde ela está valendo. Algumas vias têm sinalização, outras não, e isso deixa a gente sempre em dúvida”, comenta.
De acordo com o especialista em mobilidade urbana Marcos Rothen, embora a implantação da direita livre tenha potencial para melhorar a fluidez do trânsito em Goiânia, a falta de sinalização adequada ainda compromete sua eficácia.
“Ainda há muitos motoristas que seguem em frente pela faixa da direita e acabam obstruindo o caminho de quem deseja converter. Também há casos de condutores que não sabem que naquele cruzamento a direita é livre, e isso acontece por falhas na sinalização”, afirma.
Segundo ele, a sinalização atual costuma estar muito próxima da esquina, o que dificulta a antecipação da manobra. “O ideal seria posicionar a sinalização no início ou no meio da quadra, para que os motoristas que não vão virar tenham tempo de mudar de faixa. Isso evitaria confusões e paradas desnecessárias”, explica.
O especialista relata ainda situações frequentes de desentendimento entre motoristas nas vias com a nova regra. “É comum ver quem vai virar à direita sem aproveitar a conversão livre, assim como motoristas que querem seguir em frente e param na faixa da direita, atrapalhando o fluxo. O resultado é buzinaço, xingamento e tensão no trânsito”, descreve.
Apesar dos benefícios, Rothen alerta para riscos importantes, especialmente aos pedestres. “O principal perigo é para quem vai atravessar. Muitos motoristas fazem a conversão sem reduzir a velocidade, e há pontos em que o pedestre simplesmente não tem opção segura de travessia. Um exemplo é no fim da T-7, no Jardim América, onde a faixa fica em um ponto cego. Na Avenida Portugal com a T-8, a faixa foi retirada, dificultando ainda mais a travessia”, critica.
Outro risco, segundo ele, são as colisões traseiras. “Alguns motoristas assumem que todos à frente vão virar e não reduzem a velocidade ao se aproximar do cruzamento, o que pode causar acidentes. “Para ele, uma das medidas necessárias seria transformar a faixa da direita em exclusiva para quem vai converter, com sinalização clara indicando essa destinação”, finaliza.
Veja os principais pontos espalhados da direita livre na capital goiana:
Av. C-1 x Av. C-2
Pç. Isidoria x 18ª Radial
Pç. Isidoria x 2ª Radial
Pç. Isidoria x 4ª Radial
4º Radial x Antônio Martins Borges
Av. Paranaíba com Rua 68
Av. Independência x Rua 6A
Al. das Rosas x Rua 9
Rua 90 x Al. Guimarães Natal
Al. Rosas x Rua 2
1ª Radial com Al. Guimarães-Natal
24 de Outubro x Al. Progresso
Av. Universitária com Av. A
Av. Olinda x Rua Campo Grande
Av. Consolação x Rua da Alegria
Av. Gen. Couto Magalhães x Av. Dr. João Teixeira
Av. Padre Monte x Frei Miguelino
Av. Inhumas x São Miguel
Quinta Avenida x Armando de Godoy
Rua 90 x Rua 115 – Setor Sul
Rua 72 x Av. H – Jardim Goiás
Av. Anhanguera x Rua 225
Alameda das Rosas x Av. Portugal
Av. Fusijama x Av. Pedro Ludovico
Av. Oeste x Av. Goiás Norte
Av. Anhanguera x Av. Raposo Tavares
Av. Perimetral x Av. Noroeste
Fonte: Secretaria Municipal de Engenharia de Trânsito
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