O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido alvo de críticas em publicação da revista britânica The Economist. Segundo a reportagem, divulgada nesta semana, o governo brasileiro estaria enfrentando um enfraquecimento da influência diplomática internacional, além de lidar com uma base de apoio fragilizada dentro do país. A análise reforça que a política externa adotada por Lula é vista como cada vez mais distante dos interesses do Ocidente.
Texto sobre Lula
O texto cita o recente alinhamento do Brasil com países como China, Rússia e Irã. Essa aproximação, de acordo com a revista, tem causado desconforto em setores da diplomacia ocidental, sobretudo após a nova posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, em janeiro de 2025. A publicação afirma que o Brasil passou a adotar um “tom mais agressivo” nas relações com Washington.
Um dos exemplos destacados foi a manifestação do Itamaraty diante de ataques norte-americanos a instalações nucleares iranianas. Na ocasião, o governo brasileiro condenou a ofensiva e defendeu a soberania do Irã, o que, segundo a revista, reforça o afastamento diplomático com o Ocidente. A matéria também projeta uma maior aproximação entre Brasil e Irã na próxima cúpula do Brics, prevista para ocorrer na próxima semana.
A publicação destaca que o Brics, originalmente, servia como plataforma para ampliar a influência global do Brasil. No entanto, na visão da revista, o bloco atualmente transmite a imagem de que o país tem se distanciado de valores defendidos por democracias ocidentais. O texto ressalta ainda que, embora Lula tenha buscado interlocução com lideranças da União Europeia, ele evita diálogo com o presidente da Argentina, Javier Milei, por divergências ideológicas.
Governo Lula III
Segundo a análise, essa resistência a interlocuções ideologicamente distantes tem limitado a capacidade de articulação do Brasil no cenário geopolítico. A revista avalia que esse cenário pode reduzir o peso do país em fóruns multilaterais nos próximos anos.
Presidente Lula. Foto: Divulgação
No campo interno, The Economist aponta para uma queda nos índices de aprovação do governo. A avaliação é de que a perda de apoio está relacionada ao crescimento da base conservadora no país, especialmente entre os evangélicos. A publicação também menciona que a associação do Partido dos Trabalhadores (PT) a escândalos de corrupção ainda gera desgaste.
Outro ponto destacado é o fortalecimento de grupos políticos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com a revista, mesmo diante das investigações que podem levar à sua prisão, Bolsonaro mantém influência na direita brasileira e pode ser peça importante no cenário eleitoral de 2026. A reportagem afirma que, se a oposição se unificar em torno de um nome até as próximas eleições, poderá ameaçar a permanência do PT no poder.
A publicação também ressalta a conexão de aliados de Bolsonaro com o movimento norte-americano “Make America Great Again” (MAGA), liderado por Trump. Para a revista, essa aliança internacional entre conservadores tem contribuído para consolidar um discurso alinhado entre os dois países, em contraste com a atual estratégia diplomática adotada por Lula.
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