O tenente-coronel Mauro Cid afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não revelou imediatamente as ações do general Walter Braga Netto porque ficou em “choque” com a prisão de colegas militares. Segundo Cid, o baque da situação o impediu de agir antes, o que teria atrasado sua delação.
Em uma acareação ocorrida em 24 de junho, o confronto entre Cid e Braga Netto expôs divergências na versão sobre suposta entrega de dinheiro vivo para financiar ações golpistas. Cid insistiu que recebeu o valor, enquanto Braga Netto negou qualquer repasse.
Um trecho do documento da Suprema Corte afirma: “O réu colaborador disse que não se referiu à entrega do dinheiro porque estaria ainda em choque em virtude da prisão de companheiros dele”. A tensão do processo foi acentuada pela ligação pessoal entre os dois, amigos desde a Academia Militar.
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Em novembro de 2024, a Polícia Federal (PF) prendeu cinco suspeitos de planejar o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Entre os presos estavam os tenentes-coronéis Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo — amigos de Cid.
Cid justificou-se com base em sua condição emocional. “Estava em choque com as prisões de colegas.” O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro alegou ter levado tempo para processar os acontecimentos antes de colaborar com a Justiça. A acareação, conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes e feita a portas fechadas, também envolveu outros réus da trama golpista.
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