A ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Gleisi Hoffmann (PT), afirmou que, se os congressistas derrubarem o decreto que aumenta o Imposto sobre Operação Financeira (IOF), faria um novo contingenciamento das emendas parlamentares. Com a reação avassaladora da Câmara dos Deputados, na noite desta segunda-feira (16), que aprovou o requerimento de urgência para a votação do Projeto de Decreto Legislativo (PDL 314/2025) que susta a medida, se espera a ‘punição’ do governo. A oposição, no entanto, se reúne com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), na manhã desta terça-feira (17), e começa a articular para que o corte não ocorra.
Apesar de a votação desta segunda-feira (16) ser somente um requerimento de urgência, tudo indica que o decreto do Executivo será derrubado pelos deputados federais. “A votação escancarou o descontentamento generalizado entre parlamentares de diversos partidos diante da política fiscal do Executivo, marcada por aumento de carga tributária, ausência de cortes de gastos e desprezo pelo ajuste fiscal sustentável”, disse o líder da oposição, deputado federal Luciano Zucco (PL-RS).
Reunião com Motta
A reunião tratou de diversos assuntos, mas a polêmica em torno da liberação de emendas parlamentares foi uma das principais preocupações. A oposição alertou que não se furtará a discutir o tema com seriedade, mas não aceitará qualquer tentativa de condicionar a liberação de emendas à retirada do PDL do IOF. “Esse tipo de chantagem atinge diretamente a população nos municípios, especialmente os mais vulneráveis, que dependem desses recursos para manter serviços essenciais em saúde, segurança, assistência social, infraestrutura e atendimento às APAEs”, afirmou Zucco.
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Uma das preocupações da bancada é com o aumento de impostos. Durante a reunião, Zucco falou com Motta sobre o avanço do PDL 314/2025, que susta o aumento do IOF promovido pelo governo federal. Os deputados da oposição reafirmaram que não aceitarão novos aumentos de impostos sem controle e sem transparência, e cobram a votação imediata do mérito da proposta no plenário. Segundo os parlamentares, a escalada tributária é inaceitável e representa mais um ataque ao bolso de quem trabalha e produz.
Ministra ameaçou
Gleisi Hoffmann disse: “Sempre caberá ao Congresso 25% do contingenciamento, porque as emendas parlamentares são parte dos recursos discricionários. Eles [congressistas] já estão impactados com o corte que foi feito. O Congresso aprovou essas regras, então bate aqui e bate lá”.
Ao fim da reunião, Motta convidou a bancada de oposição para um novo encontro, a ser realizado em breve na residência oficial da Presidência da Câmara, o que sinaliza disposição para manter o diálogo institucional e o respeito à atuação do bloco no Parlamento.
A reunião contou com a participação de 21 parlamentares e foi liderada pelo deputado federal Luciano Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara dos Deputados. Dentre eles, todos os vice-líderes da oposição, a líder da minoria, deputada Caroline De Toni (PL-SC), e o 1º vice-presidente da Casa, deputado Altineu Côrtes (PL-RJ) participaram. (Especial para O Hoje)
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