Com o avanço do período seco em Goiás, os focos de incêndio no Estado aumentaram de forma acelerada. Entre janeiro e maio de 2025, foram registrados 552 focos, uma média diária superior a cinco ocorrências, segundo o Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO). Esse número representa um crescimento de 48% em relação ao mesmo período de 2024.
Em resposta a essa situação, o governo estadual lançou, na última sexta-feira (14), a Operação Cerrado Vivo 2025. A iniciativa tem caráter preventivo, educativo e operacional, sendo conduzida pelo CBMGO em parceria com órgãos da segurança pública, prefeituras, brigadistas civis e a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). A operação tem previsão de duração até outubro, mês em que o período de estiagem atinge seu ponto mais crítico no Centro-Oeste.
Para intensificar o combate às queimadas, o Corpo de Bombeiros utiliza monitoramento por satélite, drones, mapeamento de áreas críticas e patrulhamento terrestre, aumentando a capacidade de resposta no Estado. O número de focos em 2024 foi de 4.311, e as cidades que registram mais ocorrências em 2025 incluem Goiânia, Luziânia, Cristalina, Cavalcante e Formosa.
O Estado enfrenta uma estiagem prolongada, com mais de 40 dias consecutivos sem chuva em todas as regiões. O Centro de Monitoramento e Hidrometeorologia de Goiás (Cimehgo) indica que a umidade relativa do ar poderá atingir níveis críticos de até 20% nos próximos dias, especialmente nas regiões Sul, Central e Norte, que lideram o ranking de dias sem precipitação.
Além dos danos ambientais, os incêndios florestais comprometem a visibilidade em rodovias, colocando em risco a segurança de motoristas e propriedades. A fumaça densa causada pelas queimadas agrava doenças respiratórias e afeta a fauna local, resultando em impactos significativos para o ecossistema regional.
Grande parte das queimadas em Goiás é provocada por ações humanas, como queimadas ilegais para limpeza de pastagens, descarte inadequado de lixo e uso do fogo para limpeza de terrenos urbanos. Por isso, a conscientização da população é um componente central na estratégia de prevenção adotada pela Operação Cerrado Vivo.
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Para fortalecer o enfrentamento das queimadas, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável abriu uma consulta pública para o Plano Estadual de Prevenção e Controle do Desmatamento e Incêndios Florestais. O documento ficará disponível para sugestões até 28 de junho e busca alinhar políticas públicas, ciência, tecnologia e participação social para reduzir os danos ao bioma Cerrado e melhorar o planejamento ambiental estadual.
Ações educativas
A operação inclui também ações educativas direcionadas a escolas, assentamentos e comunidades rurais, com palestras, simulações e distribuição de materiais informativos. O objetivo é engajar a população na prevenção das queimadas e ampliar a vigilância popular.
A Secretaria reforça que denúncias de queimadas devem ser feitas imediatamente pelo telefone 193 ou por meio dos canais digitais dos órgãos competentes. O período de maior risco vai de julho a setembro, quando a estiagem se intensifica no Centro-Oeste.
O governo estadual aposta na integração entre prevenção, fiscalização e informação para proteger vidas, a natureza e o patrimônio público e privado, buscando reduzir o impacto das queimadas e preservar o bioma Cerrado.
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