Goiânia entrou de vez na rota da mobilidade elétrica no Brasil. Com 6.806 carros eletrificados em circulação, a Capital ocupa atualmente a 8ª posição no ranking nacional de cidades com maior frota de carros do tipo. Os dados são da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), e colocam o município à frente de capitais tradicionais como Porto Alegre (RS) e Recife (PE).
O cenário se repete em âmbito estadual. Goiás também figura na 8ª colocação entre os estados com maior número de emplacamentos de carros eletrificados — 14.896 unidades registradas desde de 2022. O número representa cerca de 4% do mercado nacional, que já soma 371 mil veículos leves eletrificados, incluindo os híbridos.
A liderança nacional segue com São Paulo, com 53.859 veículos, seguido por Brasília (29.635), Rio de Janeiro (16.666), Belo Horizonte (14.736) e Curitiba (12.867). O ranking das dez cidades com mais veículos elétricos é completado por Campinas (SP), Salvador (BA), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS) e Recife (PE).
Na análise regional, o Centro-Oeste tem ganhado destaque no setor e já responde por 14,8% das vendas nacionais de eletrificados. Além de Goiânia, Brasília desponta como o segundo maior mercado consumidor, com quase 30 mil veículos registrados.
Essa tendência sinaliza uma mudança no perfil da mobilidade urbana na região, impulsionada por uma combinação de fatores como economia de combustível, políticas de incentivo, inovação tecnológica e maior conscientização ambiental da população.
Experiência de passageiros e motoristas
Além dos benefícios econômicos e ambientais, a experiência do usuário tem sido um dos pontos altos para quem utiliza os carros — tanto motoristas quanto passageiros. Segundo João, entre os principais elogios de quem aluga os carros estão o conforto e o silêncio ao dirigir, além da autonomia urbana eficiente.
Passageiros que já utilizaram carros elétricos por meio de aplicativos de mobilidade relatam conforto, ausência de ruídos internos e uma experiência agradável durante o trajeto. Muitos não percebem diferença no desempenho em relação aos veículos convencionais, mas destacam que o barulho externo é praticamente imperceptível dentro do carro, o que torna a viagem mais tranquila. O design moderno e os recursos tecnológicos também chamam a atenção positivamente.
O uso da tecnologia embarcada também impressiona quem anda nos elétricos. Passageiros relatam surpresa com a estabilidade do veículo e o silêncio durante o trajeto. Mesmo em meio ao barulho da cidade, a sensação é de estar em um ambiente isolado e tranquilo, o que torna a experiência de mobilidade significativamente diferente da dos veículos convencionais.
Veículos trazem economia de até R$ 800 por mês no combustível
O mercado de veículos eletrificados registrou 21.397 emplacamentos em maio, um crescimento de 10,7% em relação a abril (19.334) e alta de 59% na comparação com maio de 2024 (13.440). A participação no total de vendas do mês foi de 10,0%. Vale destacar que o relatório da Bright inclui os híbridos-leves (MHEV), ao contrário do critério adotado pela ABVE, que não considera esses modelos no levantamento de eletrificados.
As vendas de carros eletrificados atingiram no mês passado o segundo maior volume desde a série histórica iniciada pela ABVE em 2012. Os números de abril mostram que foram vendidas 15.206 unidades de carros elétricos, híbridos e híbridos plug-in no País. Alta de 217% sobre o mesmo mês de 2023 e de 12% em relação a março. Puxadas pelos modelos plug-in – elétricos e híbridos –, que representaram 70% dos licenciamentos.
Desse total, 499 foram comercializados em Goiás. Com este desempenho, o estado ocupa a 8ª colocação no País, com participação de 3,2% no ranking nacional. Entre as cidades, Goiânia ficou em 8º lugar, com 315 unidades vendidas. Enquanto Anápolis conquistou a 48º colocação, com 46 unidades comercializadas. A ABVE projeta que a participação do segmento no mercado geral de leves chegará a 10% até o fim de 2024, com 150 mil unidades vendidas.
De acordo com João Murilo Ferreira Rodrigues, CEO da Z-EV empresa de aluguel de carros elétricos,explica sobre a procura por esse tipo de carro aumentou mais de 60% nos últimos três meses. “Isso mostra que a consciência ambiental e a busca por economia real estão se tornando prioridade para muitos motoristas — especialmente os profissionais”, avalia.
Segundo ele, os motoristas de aplicativo já representam mais de 80% da base de clientes da empresa. “São profissionais atentos à economia por quilômetro rodado e que enxergam no carro elétrico uma solução inteligente, rentável e sustentável.”
Um motorista que roda cerca de 2.500 km por mês pode economizar até R$ 800,00 somente em combustível, comparado a um carro a combustão. Além disso, os custos de manutenção preventiva chegam a ser até 60% menores, já que os veículos elétricos não exigem troca de óleo, correias ou sistema de escapamento.
Hoje, a frota da Z-EV conta com cinco veículos próprios e outros dez compartilhados com investidores. A empresa planeja chegar a 30 carros até o fim do ano. Os planos de aluguel partem de R$ 1.400 por semana e incluem suporte, manutenção preventiva, acesso a eletropostos parceiros e até bônus por desempenho.
O avanço da eletrificação veicular em cidades como Goiânia depende agora de políticas públicas ousadas. Isenção do IPVA, expansão da rede de recarga, incentivo à produção nacional e investimentos em energia limpa são medidas que podem acelerar a transição para uma mobilidade mais sustentável.
Segundo o CEO, a falta de mais lugares de carregamento dos veículos, mas ainda assim tem apresentado avanço. Por isso, além de parcerias com redes de eletropostos como a SPOTT e a GSOL, estamos instalando nossa própria infraestrutura nos pontos estratégicos de atuação. Também oferecemos suporte ao motorista para carregamento doméstico e orientações sobre rotas com recarga. A adaptação está acontecendo naturalmente.
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