A deputada federal por Goiás Adriana Accorsi (PT) afirma que, caso seja instalada a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, que apura a fraude bilionária de descontos ilegais em benefícios de aposentados, os partidos da base governistas vão “atuar e repercutir as investigações que comprovam que a máfia se organizou no governo Bolsonaro”. Ainda segundo ela, alguns dos “autores” são os mesmos que desviaram recursos do combate à Covid-19 e que ameaçaram servidores que tentaram denunciar, à época.
Inicialmente, o governo federal tentou impedir a CPI, mas, atualmente, já trabalha com a possibilidade de instalação. O escândalo, que teve início após operação a Polícia Federal (PF), no último mês, teria prejuízo estimado em mais de R$ 6 bilhões, entre 2019 e 2024. Até a última segunda, 1,6 milhão de aposentados e pensionistas já tinham dito que não reconheciam o vínculo com as associações que fizeram os descontos e pediram reembolso.
A crise foi suficiente para derrubar o ministro da Previdência, Carlos Lupi. Substituto dele, Wolney Queiroz afirma que o governo Bolsonaro foi o responsável. Já o senador Sergio Moro (União Brasil-SP), que foi ministro da Justiça na gestão passada, diz que o presidente Lula (PT) sabia das fraudes e não atuou.
Por se tratar de uma CPMI, apesar de já ter sido protocolada com assinaturas acima do necessário, esta depende da decisão do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente da Casa Alta do Congresso. Especula-se que a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) possa ser a relatora. Em Goiás, Accorsi foi uma das deputadas que não assinou o requerimento.
Visão
Para Adriana Accorsi, a CPMI será apenas um debate sobre as investigações, pois a Polícia Federal atua de forma eficiente, enquanto as demais instituições agem com total rigor. “CPI em relação a investigação de crime só tem sentido se as instituições não estiverem funcionando. Neste caso, tanto a AGU quanto a PF e a Justiça estão agindo pronta e rigorosamente. Os integrantes da máfia já estão sendo identificados, as entidades suspensas, os bens bloqueados e as vítimas estão sendo contactadas para ter o dinheiro devolvido. E tudo com extrema transparência e cobertura da imprensa”, detalha.
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Para ela, a “extrema-direita quer tumultuar o andamento das votações no Congresso”. A petista cita que isso só prejudica a população que será beneficiada com leis como a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e o fim da escala 6×1, por exemplo.
“Mas, se for instalada, vamos atuar e repercutir as investigações que comprovam que a máfia se organizou no governo Bolsonaro e que alguns dos autores são os mesmos que desviaram recursos do combate à Covid e que ameaçaram até os servidores que tentaram denunciar na época.” Por fim, Adriana cita que o deputado Izalci Lucas (PL-DF) chegou a dizer que levou denúncias de fraudes do INSS ao ex-presidente Jair Bolsonaro e que, à época, não houve investigação.