A eleição de um novo papa é um dos eventos mais solenes e simbólicos da Igreja Católica. Chamado de Conclave, o processo ocorre sempre após a morte ou renúncia do pontífice, reunindo cardeais do mundo inteiro no Vaticano para escolher o novo líder da Igreja. A palavra conclave vem do latim cum clave, que significa “fechado à chave” , expressão que ilustra bem o grau de sigilo e isolamento durante esse rito centenário.
Como funciona o Conclave
O Conclave é realizado na Capela Sistina, onde os cardeais eleitores atualmente com menos de 80 anos se reúnem sob rigoroso isolamento. Eles juram manter absoluto segredo sobre todo o processo. Durante o período, não podem se comunicar com o mundo exterior, e ficam alojados na chamada “zona do Conclave”, dentro do Vaticano.
A eleição é feita por votação secreta. Cada cardeal escreve o nome do candidato de sua preferência em uma cédula, que é dobrada e depositada numa urna. Para ser eleito, o candidato precisa de dois terços dos votos. Se o próximo Conclave tiver 133 cardeais eleitores, como previsto, serão necessários ao menos 89 votos para a escolha do novo papa.
São realizadas até quatro votações por dia duas pela manhã e duas à tarde. Se não houver consenso até o terceiro dia, é feita uma pausa de 24 horas para oração. Após mais sete votações sem resultado, uma nova pausa pode ser convocada. Caso a eleição siga indefinida após 34 votações, os dois mais votados passam a disputar uma espécie de “segundo turno”, embora ainda precisem alcançar dois terços dos votos para vencer.
A fumaça: sinal para o mundo
Um dos símbolos mais conhecidos do Conclave é a fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina. Ela sinaliza ao mundo se um novo papa foi ou não escolhido:
Fumaça preta: não houve consenso.
Fumaça branca: um novo papa foi eleito.
Essa tradição remonta ao século XV. Hoje, as cores da fumaça são geradas pela queima das cédulas com adição de substâncias químicas como lactose e naftalina que produzem cores distintas.
E os brasileiros?
Atualmente, sete brasileiros estão aptos a participar do Conclave e votar para a escolha do próximo papa:
Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil (65 anos)
Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB (64 anos)
Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo (75 anos)
Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (74 anos)
Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília (57 anos)
João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília (77 anos)
Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus (74 anos)
Os cardeais brasileiros têm ganhado cada vez mais destaque dentro do Vaticano, e suas posições podem influenciar não apenas o processo eleitoral, mas também o perfil do próximo pontífice.
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