O partido do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) é uma das siglas mais antigas da política brasileira que data desde a ditadura militar, por causa disso, a sua presença ocorre com maioridade no cenário político brasileiro. Em Goiânia, a bancada do partido é a maior da Câmara Municipal com oito parlamentares e liderada pelo vereador Bruno Diniz. Agora, há sinais de um racha na legenda que pode ocasionar a ida de parlamentares para um campo crítico ao governo.
Durante as eleições municipais de 2024, a sigla apoiou a eleição do atual prefeito da Capital Sandro Mabel (União Brasil) devido aos acordos firmados e uma aliança política no cenário estadual. Na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), a legenda permanece junto à base de Ronaldo Caiado (União Brasil) que apoia os projetos do governador. Em contrapartida, Caiado deve lançar o nome do vice-governador, Daniel Vilela, para o governo do Estado com apoio da base.
Desgaste nos bastidores
Apesar desta aliança de peso, a sigla se encontra rachada nos bastidores devido às queixas pessoais ocasionadas por tropeços políticos de Mabel que desagradam os vereadores da bancada. Além disso, as ações do prefeito têm contrariado vereadores veteranos da Casa, uma vez que as mudanças provocadas pelo gestor ocasionaram na perda de cargos.
Além da perda de cargos, o prefeito tem segurado indicações dos vereadores, conforme já mostrou O HOJE anteriormente. Além da não indicação, Mabel aponta os próprios aliados para posições nas secretarias e conselhos, o que desagrada parlamentares pela não participação e não cooperação na gestão.
Outro ponto contencioso é a reforma na Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) que incomodou parlamentares que tinham pessoas indicadas na empresa, Em dois meses, a nova diretoria demitiu mais de 400 servidores comissionados em apenas, sendo alguns deles adicionados pelos vereadores em legislaturas passadas, como também foi reportado pelo O HOJE. O motivo destas demissões é uma tentativa de Mabel tornar a empresa auto suficiente em 2026, a medida que acumulou dívidas não contabilizadas superiores a R$ 2 bilhões pelos supersalários que chegavam a R$ 50 mil reais.
Sobre isso, o tema foi amplamente discutido na sessão plenária do último dia 15 com nomes apontados devido a críticas do deputado estadual Clécio Alves (Republicanos) a gestão municipal em sessão na Alego. Em defesa a Mabel, o vereador da base Lucas Kitão (União Brasil) criticou a postura de colegas, e do deputado Alves, ao apontar que a nova gerência não irá funcionar da forma como operava antes e que a demissão dos cargos trará uma economia de R$ 9 milhões à empresa. “A Comurg é uma empresa, e não um cabide político. Não é mais a farra que foi há alguns anos atrás. Lá não é local para fazer graça a grupo político, a partidos.”
Apesar de discordâncias, o Jornal O HOJE conversou com fontes da legenda que afirmaram que os possíveis desentendimentos entre parlamentares da sigla com a gestão não são oriundos de uma orientação oficial. Sobre isso, aponta que o presidente da sigla, Vilela, conduziu tratativas ainda em 2024 com os vereadores eleitos do grupo para orientar oficialmente um suporte ao projeto de Mabel.