O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, respondeu neste sábado (19) o editorial publicado pela revista The Economist. Para o chefe da Suprema Corte, a publicação britânica alinhou-se ao discurso daqueles que atentaram contra a democracia no Brasil.
“O enfoque dado na matéria corresponde mais à narrativa dos que tentaram o golpe de Estado do que ao fato real de que o Brasil vive uma democracia plena, com Estado de direito, freios e contrapesos e respeito aos direitos fundamentais”, declarou o ministro.
A Economist acusou o STF de concentrar “poderes extremos” e apontou o histórico do ministro Alexandre de Moraes como um risco à democracia. O conteúdo gerou forte reação no meio jurídico e político do país, especialmente por desconsiderar o contexto dos ataques de 8 de janeiro.
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Barroso defendeu que as instituições brasileiras e o Moraes, que segundo ele, atuam com equilíbrio e dentro dos limites legais. “Quase todos os ministros do tribunal já foram ofendidos pelo ex-presidente [Jair Bolsonaro]. Se a suposta animosidade em relação a ele pudesse ser um critério de suspeição, bastaria o réu atacar o tribunal para não poder ser julgado. O ministro Alexandre de Moraes cumpre com empenho e coragem o seu papel, com o apoio do tribunal, e não individualmente”, disse.
A nota oficial foi publicada pelo Supremo em resposta direta ao editorial, como forma de preservar a imagem da Corte perante a opinião pública internacional.