O óleo de pequi, tradicionalmente conhecido por suas propriedades terapêuticas no Cerrado, acaba de ganhar uma aplicação inovadora graças à ciência goiana. Pesquisadores do Laboratório de Nanotecnologia e Sistemas de Liberação de Fármacos (NanoSys) da Universidade Federal de Goiás (UFG) desenvolveram uma versão em spray do óleo com resultados positivos no tratamento da osteoartrite — doença crônica que afeta articulações e pode atingir 1 bilhão de pessoas até 2050, segundo estimativas da OMS.
A inovação foi testada em mulheres entre 40 e 65 anos, em parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS). A pesquisa revelou melhora significativa em dores e mobilidade nos grupos que utilizaram o spray com ou sem fisioterapia. A nova formulação usa nanotecnologia para transformar o óleo em uma substância de fácil absorção, com aroma agradável e eficácia comprovada.
O diferencial da tecnologia está na valorização do produto natural, comum na cultura alimentar e medicinal goiana, com uma proposta sustentável e acessível. “Transformamos o pequi em um produto farmacêutico que não agride o meio ambiente”, destacou o professor Ricardo Marreto, coordenador da pesquisa.
A novidade chega em um momento favorável: em janeiro de 2024, foi sancionada a Lei 15.089, que criou a Política Nacional para o Manejo Sustentável do Pequi. Com isso, pesquisadores esperam facilitar a produção e distribuição da nova tecnologia, valorizando também comunidades extrativistas do Cerrado.